Quando meu marido resolveu adotar dois gatinhos, primeiramente eu fiquei assustada porque não sabia se seria capaz de cuidar deles, pois antes disso eu tive uma gatinha que morreu envenenada e me senti culpada por não ter dado amor suficiente à ela, que era tão apegada à mim, e só morreu quando chegou perto da minha cama para me dizer adeus...
O tempo passou e os gatinhos que eram frágeis bebezinhos se tornaram dois gatos charmosos e obedientes, acostumados à nossa rotina, dóceis, engraçados, um verdadeiro prazer de observá-los.
Numa manhã chuvosa, estávamos indo tomar café, quando ouvimos um “choro” ( uma gatinho com poucas semanas de vida que gritava) e avistamos um segurança da lojinha próxima à nossa casa a pegá-lo pelas costas.O gatinho tremia de frio, muito magro e assustado foi diretamente para as mãos de meu marido, que o abraçou e o aceitou naquele momento, perguntando se deveríamos levá-lo ao veterinário.O segurança perguntou se íamos ficar com ele e a gente disse “pode deixar, já temos dois, onde comem dois, comem três”.
Os gatos não o aceitaram, à primeira vista, hostilizando-o. Algumas horas depois o macho Zampetti, virou seu amigo. Mas nos primeiros dias, Susie que sempre foi doce e carinhosa, virou uma terrível egoísta que não queria dividir espaço com aquele pequenino.
Passou muito tempo até que ela começou a brincar e fazer carinho no mais novo integrante.
Nós o batizamos de Filini( claro que foi meu marido que escolheu).
Filini no começo era medroso, chorão e se escondia o dia inteiro embaixo do sofá, somente saindo para comer, e quando comia, devorava desesperadamente a ração como se nunca a tivesse visto (até hoje é assim). Quando começou a ganhar confiança e nos mudamos para nossa casa, ele mudou. Começou a esbanjar sua agressividade, destruindo as coisas ao seu redor, pulando nas plantas e fazendo a maior bagunça, batendo nos outros gatos quando iam comer, fugindo de mim e do meu marido, fazendo xixi pela casa, machucando nossas mãos quando o pegávamos, e para piorar passou pulgas para os outros gatos, já que ele era de rua e tive que gastar rmédios com todos os três; enfim, começamos a nos questionar se não seria melhor levá-lo para o abrigo, já que ele parecia não ter jeito.
Quando eu estava pensando nisso, lembrei-me da intenção inicial de Fio ao adotar os outros gatos. Ele dizia que, era como se fosse um test-drive para termos filhos, e isso iria nos fazer ter responsabilidade, saber como é ter que cuidar de algo, além de nós mesmos.
Várias vezes, nos vimos mais preocupados com eles, do que conosco.
E agora, olhando o gatinho que dorme, e que sempre eu coloco de castigo, é impossível não pensar na analogia com um filho...
Se ele fosse um filho, irresponsável, rebelde, indisciplinado, arredio e inconsequente, eu o levaria para o abrigo?
Como a gente pode fazer isso?
É possível fugir dos problemas e não enfrentá-los? Por causa de problemas não enfrentados, não encarados com sinceridade e coragem, muitas famílias se destroem, relacionamentos acabam e a vida se torna uma ilusão, na qual o escapismo ao se exarcebar, se torna uma via de tortura, auto-flagelação e desemboca num vício, numa doença, na ruína.
Pode ser que eu esteja, superestimando a lição simples da vida, mas a vida é como a comida italiana: simples e rica.
Aos que nos incomodam, e que geralmente precisam de mais amor, viramos as costas por ser mais fácil ignorá-los.
Seria fácil eu devolver Filini para o abrigo. Eu ficaria com dois gatos lindos e pacíficos em casa, que são bem mais comportados que ele. Que o superam em todas as qualidades: beleza, elegância,obediência, afeto... Mas a vida colocou ele no nosso caminho e nos ensina: como conquistá-lo?Como fazer ele saber que o amamos?
Não vai ser fácil, porque ser bom não é fácil. Ser bom é descobrir/conquistar um amor maior, muito além daquele que seria óbvio.
O tempo passou e os gatinhos que eram frágeis bebezinhos se tornaram dois gatos charmosos e obedientes, acostumados à nossa rotina, dóceis, engraçados, um verdadeiro prazer de observá-los.
Numa manhã chuvosa, estávamos indo tomar café, quando ouvimos um “choro” ( uma gatinho com poucas semanas de vida que gritava) e avistamos um segurança da lojinha próxima à nossa casa a pegá-lo pelas costas.O gatinho tremia de frio, muito magro e assustado foi diretamente para as mãos de meu marido, que o abraçou e o aceitou naquele momento, perguntando se deveríamos levá-lo ao veterinário.O segurança perguntou se íamos ficar com ele e a gente disse “pode deixar, já temos dois, onde comem dois, comem três”.
Os gatos não o aceitaram, à primeira vista, hostilizando-o. Algumas horas depois o macho Zampetti, virou seu amigo. Mas nos primeiros dias, Susie que sempre foi doce e carinhosa, virou uma terrível egoísta que não queria dividir espaço com aquele pequenino.
Passou muito tempo até que ela começou a brincar e fazer carinho no mais novo integrante.
Nós o batizamos de Filini( claro que foi meu marido que escolheu).
Filini no começo era medroso, chorão e se escondia o dia inteiro embaixo do sofá, somente saindo para comer, e quando comia, devorava desesperadamente a ração como se nunca a tivesse visto (até hoje é assim). Quando começou a ganhar confiança e nos mudamos para nossa casa, ele mudou. Começou a esbanjar sua agressividade, destruindo as coisas ao seu redor, pulando nas plantas e fazendo a maior bagunça, batendo nos outros gatos quando iam comer, fugindo de mim e do meu marido, fazendo xixi pela casa, machucando nossas mãos quando o pegávamos, e para piorar passou pulgas para os outros gatos, já que ele era de rua e tive que gastar rmédios com todos os três; enfim, começamos a nos questionar se não seria melhor levá-lo para o abrigo, já que ele parecia não ter jeito.
Quando eu estava pensando nisso, lembrei-me da intenção inicial de Fio ao adotar os outros gatos. Ele dizia que, era como se fosse um test-drive para termos filhos, e isso iria nos fazer ter responsabilidade, saber como é ter que cuidar de algo, além de nós mesmos.
Várias vezes, nos vimos mais preocupados com eles, do que conosco.
E agora, olhando o gatinho que dorme, e que sempre eu coloco de castigo, é impossível não pensar na analogia com um filho...
Se ele fosse um filho, irresponsável, rebelde, indisciplinado, arredio e inconsequente, eu o levaria para o abrigo?
Como a gente pode fazer isso?
É possível fugir dos problemas e não enfrentá-los? Por causa de problemas não enfrentados, não encarados com sinceridade e coragem, muitas famílias se destroem, relacionamentos acabam e a vida se torna uma ilusão, na qual o escapismo ao se exarcebar, se torna uma via de tortura, auto-flagelação e desemboca num vício, numa doença, na ruína.
Pode ser que eu esteja, superestimando a lição simples da vida, mas a vida é como a comida italiana: simples e rica.
Aos que nos incomodam, e que geralmente precisam de mais amor, viramos as costas por ser mais fácil ignorá-los.
Seria fácil eu devolver Filini para o abrigo. Eu ficaria com dois gatos lindos e pacíficos em casa, que são bem mais comportados que ele. Que o superam em todas as qualidades: beleza, elegância,obediência, afeto... Mas a vida colocou ele no nosso caminho e nos ensina: como conquistá-lo?Como fazer ele saber que o amamos?
Não vai ser fácil, porque ser bom não é fácil. Ser bom é descobrir/conquistar um amor maior, muito além daquele que seria óbvio.