sexta-feira, setembro 30, 2005

Meu pé esquerdo

Ah, minha tão querida imperfeição
Deixei-a guardadinha em uma caixa de sapato
Esqueci-me dela por anos e queria tornar-me dançarina,
mas que audácia!
Dedos tortinhos não se agüentam em sapatilhas de ballet
o anjinho então arrumou tatuagens caseiras
machucados, cortes, arranhões...
Meu pé esquerdo nunca foi direito,
apesar disso me conduziu ao pátio,
à Tribuna
ao palco.
Meu segredo na caixinha de sapato
"minha imperfeição"
foi o que me trouxe
mais peso, mais problemas,
porém me faz mais teimosa
mais vitoriosa.

Um feliz aniversário para mim ou prá você

Na primavera de 1978, uma menina preguiçosa, gordinha, meio galega, com a pele madrepérola nascia. Para espanto da família, ninguém achava que aquela menininha era parecida com alguém...
O tempo passou, a menina cresceu e hoje faz 2.7. Tem a crise de “um quarto de século (os famosos vinte e cinco)” que eu já tinha falado; ultrapassei essa dizendo para todos que ainda faltava mais outros “quartos para serem visitados” e segui adiante.
Aniversário é sempre assim: uns enchem a cara, outros enchem o saco, outros enchem o bolso, outros incham, alguns preenchem, eu medito.
Todo ano, quando você já se acostuma a fazer certos rituais e, depois dá a louca de não fazer mais nada, ninguém entende. “Vai ter bolo?”, “onde é a festa?”, “você tem certeza de que não vai sair para comemorar?”. Falei para um amigo que não precisaria tomar um porre, pois eu já estava um “porre”. Não seria boa companhia para ninguém, melhor ficar no meu canto mesmo. Para você meu caro leitor ter uma idéia, não assisti nem o VMB... E digo que fiz pior: não coloquei meu nome numa lista que, certamente, me levaria de novo para assistir Acho que estou mesmo fora da órbita, deve ser o choque de nascer de novo, porém acho que amanhã isso passa.
Esse ano foi lenha. Meu ano 9 de numerologia, para quem não acredita, saiba que realmente existem ciclos, passamos por eles desapercebidos, porém, devemos extrair o que há de bom, e o resto joga-se fora.Do meu aniversário passado até o presente passei por uma fase que vi princípios meus serem esfacelados, valores, verdades que constroem um pilar para a casa do seu espírito.Quando isso acontece, você fica meio que perturbado diante do mundo, não consegue nem se reconhecer, não acredita que seria capaz de enfrentar ou não enfrentar algumas batalhas; cometer ou se omitir em fatos, muitas vezes sua atitude torna-se arriscada, exacerbada ou então completamente inerte.Quem sou eu? O eterno drama humano que se repete, que te persegue e muitas vezes fulmina sua personalidade, maquiando momentos que poderiam ser tão simples em pura complexidade inútil...
A menina mezzo galega se foi. Ano de renascimento, ano 1, meu ano pessoal, vou brilhar!Hoje, mais do que nunca existe uma mulher que sabe o que quer. Uma morena de sorriso largo e olhos amendoados, cabelo escuro e gosto apurado. Rimou! Não quer mais saber de “brincar” com a vida, porque quer vivê-la em cada vão momento: desde a alegria de um amor tranqüilo e maduro até o vazio da existência, desde a tão desvairada juventude até quietude da velhice.Consigo me enxergar no futuro, pois sempre penso nele, entretanto aprendo e aceito que a vida é aqui no presente.Não tenho mais tanto medo de mim.
Se você leu e não entendeu nada, não se preocupe existem monólogos que são internos.

Balela

Você acredita que não ganhei nenhum presente?

Momento nostálgico

Minha avó cantando a música da Cuca... Me senti com 5 anos em alguns segundos...

Trash

Eu estou trash...

Up

1.O DVD do Gram! Nossa nem ouvi todas as músicas, mas me apaixonei pela banda.

2.Blue Orchid, White Stripes, o clipe é demais!

3.Aquela barra da Hershey´s de cookies, hum..

4.Começar uma nova vida, agora que tenho mais responsa dos anos.

5.Meu sobrinho Kevin.

Down

1.Hoje é meu birthday, primeiro na que nem estou sentindo que seja ele...

2.Tem gente que machuca sem saber.

3.Não consigo ficar muito tempo sem comer sushi...

4.Diabéisso!A Pitty num remake do clássico O Exorcista, a muié ta dentro de uma camisola, parece a Reagan...

quinta-feira, setembro 29, 2005

É, a vida imita a arte...

Confesso que nunca tinha parado para assistir High Fidelity, com John Cusack, Jack Black, Catherine Zeta Jones e “aquela atriz” que faz a namorada do John no filme (sempre esqueço o nome dela). Quando por acaso, numa noite insone de sábado, sem nada para fazer, fui ver TV, lá estava o bendito filme, ao qual eu sempre me referia “ah, é aquele com a famosa dança do Jack Black?”, e o pessoal respondia afirmativamente, porque eu não sabia mais nenhuma seqüência do filme a não ser esta...
A vida imita a arte e vice-versa. Quem inventou o chavão estava certíssimo, ainda mais quando se trata da sétima. No filme, o cara depois de levar um fora da namorada entra numa crise existencial... Bem, foi mais ou menos o que aconteceu comigo depois de alguns baques no relacionamento: até ex ex namorado encontrei, e por ironia do destino encontrei até o primeiro e comecei a fazer uma “releitura” da minha vida.
È incrível como mudamos, e também como as nossas reações mudam frente às novas realidades... Antes, eu tinha as mais exageradas, pueris e até mesmo egoísticas aspirações que você possa imaginar, como por exemplo, do tempo em que eu pensava em estudar em Harvard (ou era em Oxford? Que pretensão...) com um “futuro cientista político, ou físico, ou ativista revolucionário” (foi meu segundo namorado). Hoje, nós rimos da situação enquanto ele estuda Educação Física, eu me formei em Direito; ele se tornou um bibliômano (compra livros aos montes), não deixou de ser ativista, mas agora ele tem o equilíbrio de outra libriana (um beijo Dani!); eu me aquietei mais, procurando fazer no meu micro universo um lugar melhor (a velha estória do grão de areia), entretanto não deixei de ser excêntrica, em alguns aspectos... Nossas excentricidades eram nossa semelhança, porém nossos egos não nos permitem admitir que houvesse algo além: acho que somos melhores debatedores.
O primeiro namorado quase tomou um susto quando me viu: eu não era mais aquela menina “outsider” (aquela que não faz parte da panelinha de beldades da escola), que olhava sempre para o chão, para o outro lado, que queria até esconder que estávamos namorando, quando na verdade era apenas um ensaio... Ele reencontrou uma mulher, diferente (porque quando me conheceu quando estava em processo de metamorfose), sem aquela concepção “milkshakeana de morango (hahaha)” de que a vida é doce, cor-de-rosa e desce tão bem quanto sorvete - tão comum na adolescência - e, disse que só me reconhecera por meu humor continuar sendo sarcástico.
“Larissa, se chover ácido, você não vai nem sentir, continua sendo tão adoravelmente corrosiva quanto ele...”.
Agora ele quer ir para África, tem um trabalho interessante, pouco comum: se formou em uma especialidade da Engenharia e quer trabalhar desmontando antigas minas (aquelas bombas que mutilam centenas de pessoas todos os anos). Ele desceu num ponto antes do meu, ligou algumas vezes, mas depois sumiu.Agora lembro porque não deu certo: eu não gostava de seu jeitão desligado, ainda mais porque sou aquela carente assumida ( hei! Olhe para mim! Porra!).
Você se reencontra e se reconhece em velhos amigos, amores que não deram certo. A paixão tem suas razões, porém mais ainda tem razão o amor. Amor é uma média aritmética tão eficaz, mas ao mesmo tempo tão eficaz que um matemático quebraria a cabeça para fazer fórmula. Assim: são duas pessoas que são semelhantes e diferentes; semelhantes, porém não iguais porque se fossem tudo realmente seria tedioso; ao mesmo passo que são pessoas diferentes, porém não contrárias, são individuais, mas que fornecem ao outro um algo mais. E, na semelhança, encontra-se um “conforto” que é uma busca constante do homem: a identificação, cumplicidade, o fim da solidão intelectual. É o que se chama de dupla convergência, pois apesar de o amor ser tão banalizado - afinal, quem não diz eu te amo e depois termina com alguém e vê que não era?- em probabilidades, matemáticas acontece raramente.
Duas pessoas, com essa “média aritmética”, que além dela precisam estar num lugar certo, na hora certa e ainda obterem a dupla correspondência, pense bem, não é tão fácil.
Acho que vou pedir para alguém fazer isso em cálculo, será que dá?
A melhor lição depois desse “blá blá” é que realmente o poeta já era sábio quando dizia “não existe amor primeiro, amor de primavera, só existe um... Ele é único e não passa... Afinal, assim também é o tempo: nós é que passamos, ele permanece”.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Sei que estou preguiçando demais...Mas, não tenho tido acesso ou tempo para escrever mais nada...Em breve, quando colocar internet em casa (finalmente, vou poder organizar minha vida), eu escreverei mais...Sei que muita gente reclama, que eu passo longos períodos, mas é que eu sou uma old fashioned girl mesmo: fiel ao meu diário, às vezes me sinto mais à vontade para escrever nele do que aqui. Neste mês, por exemplo, tinha me programado para escrever sobre minha trajetória, fazer uma reflexão sobre minha vida, afinal, no fim do mês já se vão 27 anos( xiii...); mas, não tem problema, eu prometo aos meus fiéis leitores, Gasparzinho e ltda., que estarei aqui floreando, contemplando-os com minhas sátiras cotidianas, inusitadas e toda aquela "pagação de mico" que deveria servir de roteiro para sitcom americano.Quanto à idade, nem ligo...Andando de tênis, jeans, blusinha e caderno do Mickey( sempre o ratito Miguelito) pareço mesmo a menina de dezoito anos que vai fazer vestibular, ah, que bom quando todo mundo me pergunta se eu já fiz inscrição ! Faz um bem para uma menina quase balzaquiana...
Up
Comer morango com leite condensado sem a menor culpa...
Escutar o cd novo do Seal Live in Paris...Que voz maravilhosa...
Ler a Vogue Portugal, por que não, ora , pois ?
O filme não tão novo de Almodóvar, "Má Educação".
Down
Não aguento mais falar de política...
Não poder namorar agora !
Não conseguir dormir direito...