quinta-feira, outubro 27, 2005

The Foreign pal

Noite de chuva. Uma quinta-feira, não suporto mais viajar de ônibus. E ainda mais chovendo porque a bendita marinete atrasa!Coloco a bagagem no porta-malas, me despeço da minha mãe, recebo um pacote de lanche. Alguns passageiros curiosos afastam as cortinas, entre eles um loiro belos olhos azuis, certamente estrangeiro. A viagem vai ser chata, sem livro, minha pilha do discman havia acabado, não tem “filme da Disney” para assistir... E pela primeira vez, o ônibus tem som ambiente. O que rolava?Comecei a captar: baladas melosas dos anos 80, parecia uma coletânea daquelas que se vende pela TV como “os maiores sucessos de todos os tempos” ou qualquer coisa assim. Meu assento é na janela, do meu lado,um senhor moreno, aparentemente cansado.Levantou-se, imediatamente, ainda me ajudou com um “saco”(meu edredom, coisa de menina amarela, chata, uma versão do Lino do Snoopy). Levantei, fui buscar água para tomar o remédio no freezer, lá no fundo. Encontrei uma figura que conversava com uma gringa e perguntei a ele se tinha alguém no banheiro. Em inglês, a gente comentou algumas coisas.Retorno à minha poltrona.Os olhos azuis se levantaram e quando olhei de volta, ele fingiu estar procurando algo lá atrás.Maluca que sou, cara-de-pau madeirite, num estalo perguntei ao senhor do meu lado se ele não se importaria de trocar de lugar, pois eu era estudante(hahahahah) e praticar meu inglês.Ele olhou para o gringo(ainda não sabia sua nacionalidade, mas qualquer um que fosse ele falaria inglês ou espanhol, ou eu erraria italiano um pouco, ou eu faria bico demais se fosse francês) e disse tudo bem. “Só quero mesmo é dormir”, sorriu o homem, “então, tá, eu vou falar com ele.” “Hey, pal, how are you?” O cara respondeu que era dos EUA, se apresentou, etc., ainda meio que surpreso... E daí, eu perguntei “ quer sentar aqui?Quer conversar comigo?”Ele mais espantado ainda, perguntou se o homem do meu lado iria se importar.Eu falei que já tinha falado com ele.Então trocaram de lugar, O gringo, nome esquisito, que eu nunca vi, perguntei várias vezes...Pegou todas aquelas tralhas de mochileiro, até pensei “ que faço eu, atormentando as pessoas...”.O cara, até pensou que eu estava interessada nele, começou a fazer olhares, poses, deu uma de “Robert” total, mas disse logo que era casada(apesar de ter de dizer depois que era mentira), que tinha chamado ele para conversar, porque a viagem ia ser chata e que precisava trocar idéias, para acabar com aquele tédio.Então, ele se sentiu envergonhado, começou a falar do Restaurante em São Francisco, de como era sua vida, o que ele gostava no Brasil,a viagem até a Amazônia, várias coisas.Começamos a conversar sobre música, assunto que eu adoro.Ele começou a cantar uma que estava tocando,pergunto se ele gosta.Ele faz que sim.E faz-se silêncio, súbito.ele respira profundamente, pergunto “acho que tem algo errado acontecendo com você”.Ele disse “como você sabe?”.Dava para ver, eu lhe expliquei.Eu disse “conta, vai, desabafa,você não vai mas me ver mesmo, sou uma estranha, num país estrangeiro para você, não vou interferir em sua vida”.Tinha medo do juízo que eu fosse fazer dele,mas me confiou seu segredo, seu problema, sua namorada, que por hipocrisia da sociedade, porque a religião (uma igreja protestante muito rígida) não permitia não poderia continuar com ele e eles estavam tendo vários problemas, até mesmo uma suspeita de gravidez, e deixar a Bahia sem resolver tudo isso... Através de seu sorriso eu via um homem preocupado, aflito, que realmente precisava desabafar. E a música parecia aquelas quando dois amigos bêbados choram suas desgraças, acho que era Air Suply, sei lá. Quando fiz essa comparação ele me disse “ poderia ser roteirista, tem uma ótima visão, descreve bem as coisas, já pensou nisto?Só não estamos enchendo a cara.” Daí, brindamos com água mineral.Logo, ele usou o mesmo argumento para que eu desmentisse a estória de que não era casada e, contei o que aconteceu comigo naqueles turbulentos dias de junho.Ele deu um conselho, precioso para quem precisava de calma.Eu não sou boa para escolher títulos.É este que está aí. Ele escolheu. Um abraço forte, Scriv, o amigo que conheci numa viagem para Recife, compartilhando problemas, o colega estrangeiro.

Ps.: O “scrivaninha” parece que voltou para casa.

English version( very incorrect one)

A rainy Thursday night. I can´t bear no more traveling by bus. And worst when it is also raining because the bus always get late! I put the luggage in the trunk, I say farewell myself to my mother then I receive a package from snack. Some curious passengers move away the curtains, between them a blond handsome blue eyed guy, certainly a foreigner. The trip seems to be tedious, without book, my stack of discman had finished, no Disney’s family comedy to entertain myself till I fell asleep... And for the first time, the bus has surrounding sound. What did they put on? I paid attention and caught the beat: romantic ballads of 80’s, those ones of the best of a decade, those ones from TV shop entitled as "the biggest successes of all the times" or any thing thus. My sea near the window and by my side, an old black gentleman, apparently tired, he helped me with my packages and hand luggage (my blanket, a five year old adult, a female version of a Snoopy´s character, Linus). Searching for some water to take my pills, I went to freezer in the end of the corridor, in the back of the bus.
I met a funny figure that was talking with a foreigner woman and asked them if there was somebody in the toilette. In English, we were having a small talk while I was waiting my turn to get into it. I return to my seat. I realize those blue eyes watching me and when I looked back at, he dissimulated to be there looking for something behind him. You know, I am little bit crazy, in a snap asked to the gentleman by my side if he wouldn’t mind about changing his seat with the stranger guy! I explained that I was student (hahahahah) and intended to practice my learning in English as well. He looked to the man ( I didn’t know his nationality, but any one that was he would speak English or Spanish, or I would commit some mistakes in Italian or I would make some strange lips poses in French) and said “it’s all right for me . I just want to sleep", he laughed. "Ok, I will talk t him." "Hey, pal, how are you?" .He answered that he was from U.S.A., he introduce himself, and a little bit confused... Then, I asked "Would you like to seat here, by my side? Would you mind to talk to me for a while? I think he was frightened, and asked me if the man by my side would mind or not. I said I had already spoken with him.
Then they changed their places, the foreigner, quaint name, that I never heard before, I asked him so many times... He took his traveling stuff; I thought “what am I doing, tormenting everybody...". I think that he I thought that I was interested in him, a kind of indecent proposal, he was looking at me with a different view, poses, but I said immediately that I was married(well, I had to say later that it was a lie), that I just wanted to have a nice chat because I realized that I could exchange ideas with him, about his culture, the trip would be boring so as he was not intending to sleep , he felt ashamed, started to speak about his managing in a Restaurant in San Francisco, about what he liked best in Brazil, when he went to Amazonian forest, several things, details of his life. We were talking about music, subject that I love. He sang one that was playing; I asked if he appreciated that, the answer is affirmative. He took a deep breath, suddenly a deep silence between us…I said “I guess that there’s something wrong with you” How did I know that? Beats me! I told him that I could see in his face…"C´mon, relax, tell me, I feel that you want to share something, you won’t see me again, I am a stranger for you, in a foreign country, and I can’t judge you I won’t intervene in your life".
He was afraid of the judgment that I was supposed to make of it, but he trusted me his secret, his problem. Because of the culture and religion principles (very rigid protestant church) his girlfriend was causing some troubles, hurting and fights... He was so disappointed because of that, that I could see despair beyond his smile. He was down because of that. And all those music created a scene of two drunk friends in a pub crying their disasters, Air Supply on the air, I guess. I made that comparison he said to me “you could be a good scriptwriter, you have an excellent view, describes the things well, great sense of humor, have you already thought about it? We have everything les alcoholic drinks." Then, we cheered with water; he used my argument: I had t tell the truth I was not married, but I was almost… Told him what he happened with me in those turbulent June days. He gave me an advice, a precious for a person who needed to take easy. I am not good to choose titles. He chose. A strong hug, Scriv, a new friend that I met traveling to Recife, sharing our problems, the foreign pal.

Skoll tropical Beats: nem te contei...

Todo show que tem aqui em Soterópolis, eu perco... E fico com aquela cara de menina amarela pedindo a todo mundo para ir comigo, não acho ninguém!O problema é que não sou "nenhum barbudo que encara sozinho".Mulher tem essa desvantagem...Bem, então, comecei o meu próprio movimento, aquele basiqué do “vá procurar sua turma”, pois nessas horas, não tem irmão, não tem namorado, ninguém para me socorrer. Óbvio que não sou a única menina amarela do mundo: existem por aí, um tantão assim, todas fingindo ter programas, tirando onda de que vão badalar, mas na verdade elas acendem um incenso diário para afastar o mau olhado e atrair boas “vibes”, para conseguirem uma festa decente, não serem convidadas para o “Piriguete Fest”(hahaha) e, todas repetindo diante do espelho que são a Paris Hilton, coisas do tipo. Eu não apelo tanto, se não tiver festa, já me acostumei, mesmo sendo baiana a ficar em casa e descansar no sábado, domingo-que tédio... Porém, eis que surge o Skol Tropical Beats: mais um show do Rappa!Eu já perdi quantos?Que vergonha, ano passado encontrei o Falcão e nem pude dizer que amava o show, porque nunca tinha ido, apesar de gostar tanto do som que eles fazem... Porém, dessa vez, não é que deu certo?Eu nem esperava, mas Mina conseguiu cortesias para o show com um amigo e a gente foi na moral, curtir o festival!Acho que aconteceu algo com o pai dela, porque o velho não libera minha amiga para sair de jeito nenhum, acredite se quiser, em pleno século XXI-aliás, sem comentários, porque não questiono os valores de ninguém, vivo aquele ditado “posso não concordar com nenhuma de suas palavras, mas defenderei até a morte o direito que você tem de dizê-las”; por isso, acho que cada um tem liberdade de pensar do jeito que quiser, mesmo que seja radical patriarca lista, coisas que abomino.
Deixando tudo isso de lado, a gente se divertiu, pulou (ai, ai minhas pernas), dançou e deu muita risada com as minhas palhaçadas...

Take 1

Cachorro Grande. Já tinha ouvido no acústico Bandas Gaúchas da MTV, mas ao vivo, é bem melhor!Os caras são pura explosão de energia no palco, o vocalista dava salto, deu uma de The Hives num deja vù Jagger, as letras são irreverentes, uns riffs que enlouquecem uma banda bem estilizada: fashionistas, ou não, acabam lembrando essa onda de toda banda ter um look desestruturado-arrumadinho. Para quem ama o Rock esse foi o show!Gritei tanto que estou com a voz péssima, quero ver só dando aula na semana que vem!Fora isso, chegou na Bahia, tem que ajoelhar! E os caras fizeram isso mesmo! Detalhe: o baixista (ou foi o guitarrista?) é um gato, a não ser que minha miopia tenha me enganado. O hit “Você não sabe o perdeu” é um hino!

Take 2

Tenda com DJ Oliver, entre outros. Rapaz, eu requebrei. Apesar de gostar de Rock, eu admito que adoro dançar e que precisa mesmo desenferrujar o quadril...Então, lá dentro psicho dance, trance, e todos os dance que você pode imaginar, a galera super bonita, não dava para ficar parada.


Take 3


O show em seguida foi do LSJACK, com o novo vocalista porque o Marcos Menna ainda não se recuperou. Se você vai ao show e tiver eles no meio é só para enrolar até a próxima atração. Um som “popesco”, músicas e letras previsíveis, uma chatice...Sinto muito mais pressinto que eles são outra banda de um só hit, e para piorar o sucesso deles é um engodo, enjoado como a tal de Carla...

Take 4

Kid Abelha. Eu até tirei foto dos caras porque fiquei perto do paco e minha amiga Mina os adora, acho que ela curtiu mais do que qualquer um. Não sou fã da banda, mas todo mundo provoca o namorado com “ diz prá eu ficar muda, faz cara de mistério, tira essa bermuda que eu quero você sério”...Quem não fez isso, sonha em fazer.A Paula Toller, dizem as más línguas é anti-fã, mas ela parecia natural, bela, no auge de sua forma, destoando dos outros caras, que estão acabadinhos porém cheios de energia.O show parecia algo intimista, só faltou a gente sentar no chão! Toller conversava o tempo todo com a platéia, insistia em mostrar o trabalho novo, dizia “ah, gente, queremos mostrar o novo show, vocês querem o acústico de novo?”, criticou o governo, falou da Bahia, que adorava vir aqui. O som, realmente de excelente qualidade, eles trabalham com muitos efeitos na bateia e percussão, outros instrumentos para dar leveza ao ritmo e manter a marca do grupo. Algumas letras devem ser desconsideradas, sinceramente.outras instigam, mexem com lembranças.

Take 5

Depois do Kid Abelha, tinha que ser o Rappa!!!!!Antes a gente foi dar uma volta, olhar algumas outras atrações, exposições, roupas, comprar um acarajé para reabastecer de energia, coisa de baiano esfomeado. Se tiver um cheirinho de azeite de dendê por perto ele esquece qualquer outra opção!O show do Rappa não seria como o do Kid, porque a galera pula muito, se aglomera, então saímos lá da frente do palco e, ficamos observando do alto, nos degraus do estádio (se é que aquilo lá em Pituaçú é um). Nossa foi demais!A galera que foi comigo já estava cansada de pular e eu vibrava, a cada sucesso do Rappa, o Falcão detona ao vivo, é muito vibrante, coloca sua alma ali. E sentimos a indignação e retrato das miséria do país num momento crise, e convocou todo mundo para fazer algo pelo país, em sua comunidade, porque se “depender do nosso sistema a gente vai se f...”Eu já não agüentava mais ficar sem assistir o show, foi tudo que esperei.Energia, alma, consciência, batidas que abalam, não te deixam quieto, demais: os efeitos do palco, as imagens que passam durante as músicas, um show bem produzido.O Rappa estreou até sua música nova que nem tinha saído no Acústico, realmente o Falcão confirmou o que ele me disse em SP: “na Bahia, eu me sinto entre irmãos”. Show de Banda.


Take 6

Nando Reis... Que massa, ter o barba ruiva por aqui.Ele de infernal só tem o vermelho de seus cabelos, um homem danado de inteligente, excelente compositor.O show dele, bem diferente do que ele fazia com os Titãs é maravilhoso, é aquele show que você leva o namorado e fica ali, agarradinho, curtinho letras profundas com palavras cotidianas, alguns mantras, ele está bem hippie, vida simples, violão bem dedilhado, som gostoso.De lá dos Titãs, ele trouxe “ Cegos do Castelo” que é dele, uma das minhas preferidas.É um cara que vai muito bem sozinho, não apagou sua estrela, acho até que ele potencializou seu brilho.

Take7

Quem disse que a gente agüentava ver o último show?O Nando terminou quase seis da matina!Todo mundo doido para voltar para casa. Pensei que ia dar aula no sábado de manhã, mas verifiquei minha caixa de mensagens, e não ia ter aula, poderia dormir! Ô, mulher sortuda! Voltei para casa de bus, peguei o primeiro para Camaçari, dormi a viagem inteira, o homem do meu lado teve que me sacudir para descer!Viu que dá para você sair se carro e morando longe de qualquer evento?É bom mesmo procurar a tua turma de vez em quando...

quinta-feira, outubro 20, 2005

Eu, a mulher da Balança

Freqüentadora de sebos e catadora de raridades, este livro veio até as minhas mãos pelas mãos de uma amiga que como eu estuda as pessoas pelos signos (um hobby) e, bem diferentes desses “astrólogos de revistinha”, os autores passaram uma vida observando as pessoas e seus signos. Apesar de procurar o livro para comprar, ele não é mais publicado, ficou meio que fora do comércio e eu acabei tendo o privilégio de degustá-lo...
Veja as palavras que descrevem a mulher de Libra, que claro, sou eu:
“A mulher média de Libra é altamente intelectual e possui um espantoso poder de análise, que pode ser muito útil para resolver os problemas de seus negócios. Raramente ela permitirá que as emoções a impeçam de tomar uma decisão desapaixonada ou de fazer um julgamento equilibrado, e em geral pode lhe dar melhores conselhos do que seu gerente de banco. Naturalmente, suas habilidades podem ter muitos defeitos. Não somente isto, mas se ela for mesmo uma moça de Vênus, oferecerá suas pérolas de sabedoria numa bandeja de prata de encanto e amável sugestão. Sua mão de ferro calça uma luva de veludo macia, e ela é capaz de tirá-lo do caminho errado e colocá-lo no certo com tanta delicadeza, que você jurará que a idéia de se desviar foi inteiramente sua. Os estranhos que visitam o ninho de amor de uma libriana e seu marido bem ajustados, pode se sentir como se estivesse vendo Adão e Eva, antes da serpente chegar e estragar tudo. É provável que você não se queixe da falta de provas materiais de seu amor, pois ela é tão sentimental quanto uma renda antiga, e tão afetuosa quanto qualquer mulher tem o direito de ser. Embora ela seja sincera em seus arrulhos, seus sorrisos doces, suas ternas carícias e freqüentes beijos e abraços ardentes, eles servem também de cortina de fumaça para ocultar seu impulso masculino. Não há lei que diga que a sinceridade não pode ter aplicação prática.
Suas maneiras suaves e sua habilidade em desfazer o arqueamento de suas sobrancelhas pode levá-lo a pensar que ela é fraca e indefesa ou que ficará tremulamente feminina quando surgir uma crise. Se você pensou isso, está muito enganado. Aquela querida criaturinha feminil é feita de nove partes de aço. Só porque você não percebeu quando ela astuta e corajosamente planejava fisgá-lo durante aquelas primeiras partidas de xadrez deixando-se derrotar, não deve continuar cego para sempre. Abra bem os olhos da próxima vez que houver uma emergência na família, veja quem impede o barco de adernar. Quem realmente o faz. A verdade não lhe tira necessariamente a masculinidade. Ninguém senão você sabe o quanto precisa da mão firme dela no leme quando o mar fica picado. Ela não se gabará disso, nem tirará nada de você - exceto uma grande parte da responsabilidade. Dê graças a Deus por ela ser tão digna de confiança.Se um dos pratos está um pouco baixo, acrescente-lhe um pouco de afeto que ele tornará a subir.No caso de um dos compositores terem esquecido de pagar-lhe um tributo, escreva você mesmo sua própria melodia em ritmo de valsa, com uma passo forte, e dedique-a a sua mulher de Libra.Fortíssimo.”
(In Seu futuro Astrológico, Linda Goodman, Balança).

Minha opinião

1. Realmente, chego a ser exacerbadamente nerd, que algumas pessoas ou me têm como esnobe ou como idiota que tenta saber como as mariposas acasalam... Não é por mal, mas tenho muito prazer no conhecimento. Não me considero intelectual, apesar de beijar o espelho toda vez e dizer que sou um gênio... Hahaha

2.Uma das coisas que mais faço bem é ser mediadora, faço isso delicadamente, detesto movimentos bruscos, violência, briga, tento colocar as pessoas no caminho melhor para elas.Sou sincera, não sou a melhor das conselheiras, mas sou verdadeira.

3. Eu tenho um lado masculino acentuado, devo admitir... Calma, aí!Eu não gosto de meninos e meninas não, viu! O negócio é que às vezes eu sou muito dura na vida profissional, quero organizar, liderar, planejar, ao tomar certas atitudes pareço mais fria, racional, cabeça de homem, consigo afastar até sentimentos, apesar de ser “sentimentalóide”, sei lá... Adorei essa parte “sua mão de ferro”...

4.Mas, apesar de tudo sou tão feminina que carrego as características do signo e suas marcas se acentuam com meu signo: vaidade, ser carinhosa, um senso estético exigente, o gosto pelo luxo, quem não gosta de uma frescura de vez em quando?

Óbvio que uma exaltação dessas não vem sem as devidas críticas da própria autora sobre o meu signo, mas eu me abstenho de revelá-las porque as filhas de Vênus escondem seus segredos, até que seduzam a humanidade.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Bizarre love triangle

Quem já assistiu a “Insustentável Leveza do Ser” sabe do que eu falo... Os triângulos amorosos tão comuns em nosso cotidiano, tão cheio de personagens ilustres, sempre tão cheios de amarguras, dor, brigas, paixões enrustidas, sentimentos disfarçados, retornos, reconciliações... Em Direito, que é a área que eu trabalho todos sabemos do famoso actium trium personarum ( o juiz e as duas partes para que aja um triângulo, uma ação), que acabei outro dia associando à essa música, que não tem nada a ver e até passa “um clipe” na minha cabeça, com recortes de dias meus na “Lide” diária, trechos do filme( que se você puder assista que é uma obra prima, na minha opinião) e os exemplos pessoais, irmãos, amigos, que passam por situações de triângulos amorosos.Um amigo meu que mora na Inglaterra, confessou-me que tinha medo de terminar com a namorada porque talvez fosse um tipo de relacionamento que talvez nunca mais ele tivesse...Mas, mesmo assim continuava a sair com outra lá também porque gostava dela, “gostava de abusar ela”...Bem, eu disse à ele que se seu relacionamento já era, porque ficar prendendo sua “titular” por egoísmo? “Ah, mas, mas, Lars...”. Somos mesmo egoístas.Suportar o peso de certas decisões é o preço que pagamos, sendo felizes, tristes ou ressabiados.E queremos mesmo fugir disso. Meus irmãos são campeões em dar o “zignal” nas meninas, como eles mesmos o dizem, exemplos próximos. Para eles (e quando falo "eles", leia-se homens e mulheres porque também tenho amigas que vivem o retângulo até) pode ser algo divertido, molecagem; não sei se estou ficando velha, me doem as costas, quanto mais a alma!Mas, não atender uma pessoa quando ela quer falar com você ao telefone, dar metade do seu carinho, devoção, metade de você e ainda viver em agonia, não sei se é uma boa...Em tempos modernos, tribalismo cibernético( eu sou de ninguém) ou ainda namorix, sou uma das poucas mulheres que pensam que ter uma só pessoa no mundo e dedicar-se à ela, é mais saudável, mais precioso do que qualquer coisa.Não é o romantismo alienado(sou taxada assim por vezes), mas não cabe em minha cabeça, tampouco em meu coração, que alguém que eu ame tenha outra em seu pensamento. O amor nos faz egoístas?Acho que não. O homem aperfeiçoou tudo menos ele mesmo, ou seja, vemos os mesmos erros repetindo-se com pessoas de todas as culturas, religiões. Somos egoístas?Acho que sim. E ainda mais quando temos medo de sermos feridos, antecipamos rompimentos, traímos antes que nos traiam, damos o fora antes que levemos. Certamente, quem lê os posts vai dizer “surtou. Agora só quer falar de dor-de-cotovelo, falando sobre sentimentos. Vai escrever algum livro?”. Não. É que falar sobre a gravidez da mulher de Tom Cruise, ou então continuar sendo “carpideira da política nacional” não me entusiasma. Estamos em crise, como ser humanos, estou falando da crise dos sentimentos.Triângulos.Afinal quem nunca passou por isso?Os leprosos vestem roupas alinhadas e se escondem com medo de suas feridas, eu as exponho de vez em quando, para me lembrar do que sou o que tenho e o que não tenho... Não espero pena, apenas respeito. Danem-se.
Um exemplo muito próximo é o de uma pessoa conhecida, cuja vida é o inferno. Eu sentia compaixão e raiva por suas contradições. Sua jovem amante era sua amada alma gêmea, sua sofisticada mulher era fachada para o ego High Society. É mesmo triste ver como somos egoístas em querer ter o amor, mas nunca que a conveniência seja sobrepujada. A única coisa que eu podia dizer para meu amigo era isso: os triângulos são bizarros, problemáticos, eu prefiro um círculo, duas pessoas dão as mãos, ponto. “Choose one, but pray that she´ll be the right one!”.

“ O amor é uma religião a dois”.
Up

1.Escutar The wall, Pink Floyd enquanto eu escrevia este post.
2.Comer Danete, hum...
3.Danika Patrick!Eu agora virei fã de Fórmula Indy só por causa dela!
4.Dar aulas para o Projeto Casa Sol.
5.A verdade, nada mais que a verdade.
6.Saber que eu sou realmente bela.Hahahah
7. Kt Tunstall, que álbum...

Down

1. Meu avô não está muito bem.
2.Não poder beijar quem eu quero.
3.Sonhar com o que não se tem...E acordar bem na hora boa...Ou então ser acordado...
4.Que peste!Eu ainda tenho que freqüentar um cyber café...

O top dez daqueles filmes que sua namorada insiste em ver...

Depois de várias conversas, eu cheguei até esta lista, porque são "clássicos" do acervo feminino... Esta lista eu não pesquisei em nenhum site, nem vi na TV, nem mesmo no Top top da MTV; esta idéia partiu mesmo das constatações de que, de fato, algum dia uma mulher tem ou teve um desses filmes em casa - pode ir lá nas coisas dela e você vai achar um desses –mesmo que ela negue, que ela diga que odeie, mas algum dia ela até já chorou ou já se viu no papel de uma dessas mocinhas...Outras, continuam até hoje com esta lista, que para elas é até objetivo de coleção, referencial de romance "perfeito" ou encontram neles estereótipos dos seus "príncipes".Eu, assim como toda mortal do gênero, confesso que já chorei com alguns, até tenho "unszinhos", mas outros eu simplesmente não suporto...Afinal, dane-se!Quem já não assistiu ou idolatrou um filme altamente "pegajoso", com happy end, por favor, pode cair fora do planeta, porque deve ser um E.T. Bem, lá vai a famosa lista!!!

1. Pretty woman: Responda rápido quantas vezes você já assistiu Uma Linda Mulher?Se for mulher, não vai cansar de ver nunca, porque toda vez a gente adora aquela sensação de que existe algum cara que trate a mulher como princesa, mesmo ela sendo uma prostituta... Se for homem, deve assistir porque adora ver a fase mais sexy appeal de Julia Roberts: cenas que são contestadas , pois já houve boatos de que ela teve dublê de corpo no filme( será?).A melhor cena?Certamente, para as mais românticas, aquela que Richard Gere declara seu amor ao som de opera num subúrbio de Hollywood, aos berros "Princesa Vivian, desça”... Para outros, a caliente, a do piano. Para mim, aquela que ela gosta de ópera sem entender uma palavra de italiano, ver a transfiguração dos sentimentos no rosto de Julia é uma seqüência estupenda.
Uma pista: Se sua namorada colocar você para assistir ela quer um presente, ser mimada, ou que você seja mais gentil com ela...

2. Ghost: Quem já não dançou em baile de formatura, ou alguma festinha ao som de Unchained Melody?Quantos já não disseram que achavam esta música de Ghost a mais linda de todas e, quando me pediam tradução, se desapontavam?Pois é... O amor de Molly e Sam já foi visto e revisto inúmeras vezes, porque invoca a sensação de imortalidade do amor...O problema de Ghost é saber que o Sam vai e a Molly fica, que eles só vão se encontrar daqui há um tempo(Sam é o chifronésio mais famoso do outro lado da vida).Mas, realmente, o pessoal fez uma combinação maravilhosa de tema e cena que resultou numa das mais famosas seqüências, aquela que Patrick Swayze baixa em Whoopi Goldberg( que arrasa sempre) e pode tocar pela última vez sua querida Molly...Quem ouve a música ao fundo fica hipnotizado, tamanha a entrega dos dois atores...Buá..Essa é a melhor cena.
Dica: Ela alugou esse filme?Quer você diga “eu te amo”.
3. Titanic: Se alguém me convidar para assistir este "bendito" filme mais uma vez, eu mato... Não tenho nada contra, boa pesquisa de arte, efeitos especiais muito bem elaborados, mas eu não agüento mais este filme, nem mesmo ouvir My heart will go on- o pior é que meu vizinho adora esta música...O Leonardo Di Caprio fez filmes melhores como Gilbert Grape, Basketball Diaries e, o pessoal insiste nesta atuação dele, me faça uma garapa...O cara quase passa mal na hora do "vamo vê" com a mulher( que deve ter esmagado ele, já que o mesmo era tão franzino, ela gordinha, ficou um casal esquisito), mas o filme emociona só naqueles momentos finais,apesar de tudo...A cena que todo mundo lembra, com certeza é aquela que eles dois vão para a proa do Titanic e sentem que vão voar, que romântico- eu queria só ver se ela tivesse aerofobia, como é que ele ia encantar ela..
Dica: Titanic...Difícil, né?Eu acho que ela quer algo mais ousado, uma aventura... Sair da rotina, sem deixar de ser romântico.
4. Top Gun: Tom Cruise, por incrível que pareça, detesta este filme. E apesar de ter pouca cena de romance toda mulher adora ou já adorou Top Gun...Primeiro que Tom Cruise está mesmo "irresistível" em todas as cenas( assim pensam as outras, eu já não penso mais assim), bancando o white wild militarian boy, o famoso "boyzinho" de hoje, mascando chiclete dentro da Academia de Ases Indomáveis, tendo acessos tramáuticos por causa de seu pai e, paquerando uma especialista em caças do tipo MIG, que acaba protagonizando a famosa cena de Take my breath away...Quem da minha geração não viu eles dois "coisando", quando nem sabia o que era isso?Hahah... As mulheres idealizaram o Tom assim, galã, desprotegido e audaz... Eu gosto mesmo é do Top Gang!!A melhor cena?Ele cantando no bar com seu melhor amigo junto com todos os oficiais para conquistar Kelly Mcgllis.
Dica: Ela é durona. Vai querer mandar sempre.Mas, jogue um olhar sacana para ver se ela não desce do salto.Haha...
5. Dez coisas que eu odeio em você: O "folhetteen" que resgata uma fórmula de Shakeaspeare (Megera Domada) é para as meninas mais novas, já da geração anos noventa (eu tava na Faculdade nessa época), que sempre mostra aquela garota implicante, anti-social, totalmente underground, lado B, cult, folk, sei lá mais o quê, que diz que amor é idiotice, mas que acaba se declarando para o esqusitão (cumé o nome do cara?) e descobre que ela é capaz de amar... Melhor seqüência é ele cantando “Can´t take my eyes of you?”, quem resiste a isso?Só se ela fosse lésbica...
Catch the feelin’ motha fucka: se ela vier com esse filme teenzinho, não pense que ela quer ir a um bailinho ou que você dê uma guitarra para ela não!Ela quer saber se você seria capaz de fazer certas loucuras por ela, como essa seqüência de cantar com a banda da escola e depois sofrer alguma punição, só para provar que você a ama.
6. Dirty dancing - Argh!Olha, eu nem poderia dizer nada, pois o filme é um “crássico” e até eu tenho... Mas, só aquela nariguda que contracena com o Patrick Swayze, dá pra notar que ela não cooperou para que o filme fluísse, tanto que depois fui ver a biografia dela e ela disse não ter gostado de fazer o filme pois não se dava bem com a equipe( para mim, ela sempre será a irmã chata do Ferris)...O Patrick, coitado, rebola, se contorce e ela não dá um caldo, só na cena final parece soltar mais a franga.Ritmo quente era para ter mais química entre os dois...Seqüência preferida?Aquela que eu fecho os olhos e escuto “she´s like the wind” (hahahha).
Dica: A mulher não quer dançar não, seu cabeçudo. Ela quer só que você se mova mais um pouco, faça um esporte, não que vá ficar igual ao corpo do cara do filme, mas que dê um jeito na gordura...

7.Dying Young- o famoso “tudo por amor”, aliás o ator, que faz o Michael trabalhou pouco, mas fez um ótimo trabalho dando uma sensibilidade e fragilidade ao personagem que dá mesmo vontade de ser enfermeira dele, coitadinho... Também, com tanta finesse, tanta cultura que ele tinha, Julia Roberts também no desafio de ser a grosseirona, com pouca educação e cultura, mas muita disposição de ajudar.Ela só vivia com os “brau” (acho que já vi esse filme), usa maionese para hidratar a cabeleira ruiva (eu já usei abacate...Dã..), não sabe nem o que é um carpaccio, nem nada sobre arte, mas o cara fica louco por ela...Eles resolvem ir para um fim de semana, respirar novos ares enquanto ele termina o Doutorado e ela frita bacon (hahah)...Que romântico...Mas, vou te dizer que todo mundo pára para ver esse filme!E você sabe a trilha toda de Kenny G, que ficou super famoso por causa disso, aquele solo de sax “fuiem que hoje é fundo de motel (hahahaahha)”, eu tenho um vizinho que às vezes na se dá conta que já tocou esse cd trocentas vezes, acho que ele recebe alguém especial, sei lá... Seqüência: não tem. Esse eu assisto todo mesmo.
Dica: o amor ultrapassa limites, doença, distância, barreiras culturais (bem se vê que eles conseguem se comunicar...). A mulher quer demonstrar que o amor supera tudo, mesmo. E que se você caísse doente ela cuidaria de você.
8.O guarda-costas- é um filme suspeito.Quer ver? Quando falam em guarda-costas você ouve logo a Whitney gritando” and da-r -darlingggg, I, I will al-always lo-love you!!!!”E lembra que Kevin Costner estava lá, só.Mas, para uma mulher guarda-costas é um belo filme, mas para mim é um saco, um porcaria de roteiro, u filme mesmo para vender a imagem de Whitney Houston, deveria ser exibido só na televisão!A melhor parte do filme, não aconteceu... Não tinha nenhum psicopata atrás dela... Só o Bob Brown( marido de Houston), eles se inspiraram nele para fazer o filme. Hahaha. Agora, vai dizer que você não respira fundo quando ela manda parar o avião e volta para beijá-lo?Ah, confesse!
Catch the beat mother fucka: sua namorada vai dar o fora em você, em breve. Hahahhaha, e ainda vai sair na pose.Ou então ela está se sentindo desprotegida.
9. Grease. Que lindiú! Eu assisti Grease, mas não tenho em casa. É a estória da moça do interior, pura, angelical, que não sabe nada, que se apaixona pelo gostosão do pedaço, no tempo que John Travolta era low calorie e Olívia Newton John ainda não tinha se afundado com Xanadú...Bonitinhas são as músicas e quando ela dá a reviravolta, vira uma mulher vestida de couro colante, desafiando ele!Bem, na verdade ela acaba se tornando uma garota da cidade...
Dica: os opostos se repelem. Esse negócio só funciona com imã, porque em relacionamento, não é a mesma coisa. Enquanto a pobre Sandy era uma jovem doce, o cara só assumia “por cima” que gostava dela, mas não tinha certeza. Mas, foi só ela assumir que também usava brilhantina,hehe, o Travolta ficou eletrificado!Não se espante se ela aparecer querendo fazer o seu estilo ou exigir que você faça o dela!

10. Harry and Sally- eu não diria que este filme deveria figurar nesta lista. Porém, existem nerds como eu que não se contentam com um happy end sem lógica. Mas estes é para aqueles que a vida toda vão se encontrar e não vão admitir que se amam.Mas, como uma implicância pode acabar em romance, e alguém tem que ceder algum dia, os dois acabam percebendo que o tempo passa e eles são muito mais que amigos,o Harry(maravilhoso Billy Cristal) não foi hipócrita e foi logo dando o ensinamento do filme: dificilmente, homens e mulheres se tornam amigos.Só que a Sally entendeu como grosseria, o que na verdade ele quis dizer como; eu não vou ser amigo nunca, porque acho que ainda vamos ter algo mais...Quanto tempo desperdiçado...Bem, isso mostra dois estereótipos do homem e mulher e que realmente, um dia até mesmo o cara que deixa a mulher, depois da noitada, como aquela “síndrome do dia seguinte”, acaba amando de verdade.Melhor parte: o filme é delicioso como um cupcake, mas uma das minhas preferidas é a cena que eles se descobrem apaixonados, o primeiro beijo deles, quando ela está super down.
Catch the feeling mother fucka: you´re nobody till somebody loves you.Casa logo com ela, seu peste, acaba com essa implicância, ou esse lenga lenga!

sexta-feira, outubro 14, 2005

Minha Infância



No Domingo, eu, meus pais e meus irmãos costumávamos sair de manhã cedinho, pegávamos o carro, ganhando o estradão, rumo à praia. Minha mãe sempre preparava uma cesta de café da manhã e levava também todas aquelas “tranqueiras” de criança (baldinho, pá, cadeirinha, bóia) no porta-malas do carro, um gol branco que o meu pai tinha na época. A gente parava no meio da viagem, do caminho e tomava café num lugar estratégico, uma clareira na margem da estrada, meu pai sempre sabia onde era, nunca errava e quando tinha outra família lá, a gente sempre dizia “pôxa, roubaram nosso lugar secreto pai!”...Não que fôssemos anti-sociais, mas todos nós, até mesmo as crianças conseguíamos entender que aquele momento era só nosso, nossa intimidade como família, curtir as besteiras que a gente fazia, rir de meu irmão Luciano falando errado, dar migalhas de pão para as formiguinhas carregarem, tão gostoso...Meu pai dizia que a gente tinha que respeitar todos os bichinhos, até mesmo os insetos, porque cada um tinha seu papel no mundo.Eu e meu irmão Léo tínhamos cadeirinhas do nosso tamanho( a minha existe até hoje), e costumávamos “tirar onda de gente grande” tomando café em canequinhas com nossos nomes, dávamos “tchau, seu babão”, quando alguma criança ou adulto passava de carro, olhando a gente tomar café, depois caía na risada, aquilo era o máximo para uma criança...Depois, a gente arrumava tudo, catava o lixo, e íamos para uma praia que apesar de ficar distante era mais família, a linda Guarajuba. Hoje, paraíso dos artistas, ontem privilégio de poucos que tinham carro para ir.Viajar em família, é o máximo.Eu implicava com seus irmãos, cantava músicas da escola, meu pai cantava música do Roberto Carlos( a gente apostava quem cantava até o fim com ele), aquele vento gostoso, toda hora a gente dizia um para o outro “tá chegando,tá chegando, tarará”, batendo no fundo do carro.Sinceramente, não sei como meus pais tinham paciência com três pestinhas como nós.Só lembro do meu pai sorrindo e minha mãe mostrando as coisas que passavam na estrada.Quando a gente chegava era uma festa, meu pai ia encher bóias, a gente só queria cair na água, minha mãe levava até guarda-sol, passava hipoglós( ai que vergonha, mas fazer o quê? Naquele tempo não tinha tanta opção de protetor solar, médico recomendava isso...) que eu odiava, e a gente tirava tanta foto, meu pai construía castelos de areia com a gente, ensinava a nadar, apostava quem conseguia ficar mais tempo debaixo d’água, brincava com a gente todo o tempo.E minha mãe, olhava de lá de cima tudo, “dá tchau pra mamãe!”, meu pai se entusiasmava.Sentia que ele amava brincar com os filhos.Quando ele saía da água a gente ficava triste, “pô, pai fica mais...” e ele dizia “agora vocês vão fazer um amigo, vão”.Cansados, depois de ter passado o dia na praia, a gente só queria mesmo era dormir...Voltava todo mundo no banco de trás um escoradinho no outro, sem energia nenhuma.Acho que daí meus pais podiam se curtir mais tarde...
A gente viajou muitas vezes, não só íamos no fim de semana para a praia. Quando mudávamos de estado, a gente sempre ia conhecendo as paisagens diferentes, uma prévia do que seria morar num estado diferente do nosso, até meu pai vender o carro. Mas isso já foi quando éramos adolescentes e deu para viver muita aventura durante a infância.
Hoje, é dia das crianças. Lembro de todos os presentes que ganhei bonecas Barbie, quebra-cabeças, pega-varetas, Lego, panelinhas, mas nenhum deles chega perto do maior de todos, o de ter tido a melhor infância que uma criança poderia desejar. Minhas lembranças, minhas gargalhadas, tempo de ser feliz e a gente nem tem consciência disso, tudo foi tão maravilhoso!Agradeço aos meus pais, eternamente, esperando também fazer o mesmo pelos meus filhos, quando os tiver.

Momento trash ou “Da regressão em grupo”.

Depois de a galera tomar muito “pau de rato” (bebida, cachaça famosa, feita de infusão de uma planta), no Cravinho (famoso bar do Pelô, todo estilizado no carvalho, bem rústico), começou a lembrar do sucesso do Menudo... A desculpa era do Acústico do legião, mas daí, cada um saiu cantando sua música preferida dos anos 80, fase que a maioria dos presentes era criança e, tragicamente, apesar de passear pelas músicas do Balão, acabou todo mundo cantando as músicas do trauma de uma geração alienada( eu estou no meio) pela Xuxa...imagine um bando marmanjo cantando “quem quer pão, quem quer pão, que tá quentinho, tá quentinho, gostosinho, gostosinho, quero mais um, MAIS UM”..Hahaha...E nessa empolgação, a gente batia até na mesa, todo mundo numa sessão de regressão, eu acho...Hahaha.O bar todo caía na risada, outros torciam o nariz.A galera cantou todas as músicas do programa do começo até o fim, só não lembrou de uma: aquela quando a nave saía...Estranho deu uma pane em todo mundo.
Detalhe: como sempre eu era a única movida à H2O, gaseificada. ou seja tenho mesmo cara-de-pau, porque o resto estava em “água”.Beijo para a galera do Cravinho.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Happy Birthday

O tempo está passando tão depressa que nem eu notei...Rapaz, meu blog já fez 1 ano! Parabéns, blog, que você continue sendo sempre esse conteúdo chato de ler, que você melhore esse template, que a sua dona passe a publicar mais abobrinhas...
Feliz navidad!
Sofrer é resistir ao que se é. Não sei de quem é esta famosa frase, mas ela voga. Quanto mais resisto a fato de que de quem eu sou, mas sofro. E isso, acontece com qualquer um.Certo dia conversando com um amigo, ele teceu algumas críticas ao meu respeito. Óbvio que eu não gostei! Quem gosta de ser criticado, pelo que eu saiba é hipócrita, ou é um artista decadente que está implorando que falem mal dele ou pelo menos aquele ser humano que consegue fingir mais, ser educado... O problema de críticas a seu respeito é que você só as enxerga de longe, tardiamente, quando depois de ter mandado alguém pastar, é que você se dá conta, analisando friamente, que a pessoa pode ter razão. Somos seres emotivos, sua personalidade como algo sagrado e inquebrantável é algo muito frágil para ser tocado por outrem, que não você mesmo. Acontece muito de eu me taxar de indecisa, ainda mais sob fundamento esotérico de que sou assim porque sou libriana e blá blá, mas não é nada agradável ouvir alguém dizer que você não tem atitude. Tirando Deus, ninguém pode com tamanha imparcialidade tecer críticas à você, porém isso não é de todo absoluto. Muitas vezes, presos aos nossos pilares, encrespamos porque alguém ameaça quebrar o cristalizamos por anos a fio e o que poderíamos mudar para nos relacionarmos bem com os outros, com o mundo, com nosso “eu interior”, tudo isso pode até ser desprezado porque achamos que não devemos ser influenciados, pela defesa do “eu sou eu e pronto”. Eu não vou sair por aí, perguntando para todos os meus amigos o que acham de mim, claro que não, mas aprender a ouvir é uma evolução que se conquista com muito esforço. Nem vou pedir sugestões no fim do ano, para que eu não repita os mesmos erros, tenho que me policiar sozinha. E, então, pouco a pouco, com muita maturidade assumir não publicamente “sou assim”, mas por incrível que pareça, assumir para mim mesma quem sou”.
Um parapsicólogo, em uma de minhas entrevistas lá no Centro Espírita que costumava freqüentar (o que, aliás, devo retomar urgentemente), disse que um verbo para mim seria “ponderar”. Pondere entre a paixão e a razão.Não devemos dar ouvidos à críticas de pessoas suspeitas, mas quando essas pessoas nos são próximas, conhecemos suas trajetórias, elas participam, conhecem nosso pequeno universo, suficientemente, às vezes um desabafo merece ser ouvido como conselho cósmico.Meu amigo está de “mal” porque mandei ele virar crítico de birosca, e ainda disse que “era uma afronta ele pensar e me dirigir certos comentários”...Amigo, perdoe-me, sei que você nem vai ler isto, mas serve de desculpas públicas para algo que eu não assumo nem para mim mesma.

Amigo não é para ser guardado debaixo de sete chaves, não! É para dar a ele uma chave para entrar de vez em quando na sua consciência, porque ele já tem uma para a porta do seu coração.

Balela

Espelho, espelho meu, alguém já assistiu mais vezes City of Angels do que eu?

Up

1. Pôr-do-sol visto lá de cima do Mercado Modelo, olhando para a belíssima baía de Todos os Santos.
2. Cantar música da Xuxa no Cravinho (ninguém merece essa pagação).
3. Receber telefonema de quem verdadeiramente se importa.
4. Cultivar seus sonhos, mas não deixar de viver em detrimento deles.
5. Ouvir salsa, assumir a latinidade ouvindo Glória Estefan.
6. Acender um incenso, ler uma poesia, dormir fresquinha do banho perfumado.
7. Weezer e Foo Fighters

Down

1. Saber que nunca preencheremos o vazio.
2. A MTV apelou demais esse ano: ídolo do ano? Pitty? Quantos acústicos foram lançados esse ano?O Felipe Dilon vai gravar o dele quando?
3. A entrevista do Anthony Garotinho dessa semana... Será que ele tem noção de alguma coisa?
4. Não vou ganhar presente no dia das crianças. Acho que vou inventar o dia do adulto.