domingo, janeiro 29, 2006

Da emoção artificial ou Even better than the real thing

Estava pensando no último post, mas na se preocupe na vou mais falar sobre celular. Estava pensando na parte do que o Gasparetto disse: se não existir aquele algo em você, ele jamais existirá ou virá a eclodir.Sua crítica estabanada, popular e sem tecnicismos me faz refletir sobre várias coisas...Volto a filosofar, sem pretensão de ser uma Sapho, ou num exemplo mais próximo Marilena Chauí.Mas, todos os dias me pego no famoso “ wondering”( divagação mesmo).Pensei na emoção artificial.
Paramos em frente de um Big Brother, achamos maravilhosa a fraternidade de alguns participantes, condenamos a falsidade de outros e, chegamos a chorar quando vemos alguém passar momentos tristes, ser eliminado... Será mesmo que aquela hora que alguém chora porque vê algo “emocionante” é porque ela sente aquilo?Ou porque numa espécie de alienação coletiva, com medo de ser julgado pelos que estão em volta (ou até mesmo por ele mesmo) o “fiel telespectador” responde com uma lágrima ou um choro desenfreado?
Acho que estamos vivendo em épocas de emoções artificiais e, numa decadência de valores pessoais, desconstrução da família e até mesmo transferência do “eu-universo” para o externo, estamos externando emoções que nem existem, quiçá nem sejam compreendidas em sua profundidade. Tudo bem, que não sou um velho sábio chinês, que não sou uma autoridade em psicologia, mas não precisa ser para ver tudo isto à sua volta.
“Ah, quem na se emociona com um belo filme?”, tudo bem qualquer um pode colocar essa pedra no meu caminho. Você chora porque todos choram ou porque você também sente?Você aplaude por que sente, se emociona ou retribui com uma ovação algo que não toca em seu coração por etiqueta?É a banalização do aplauso (tem que aplaudir? Não, não é falta de educação, penso. Acho que banalização, me perdoe, ajuda ainda a reforçar a palavra “banana”, para aquele que gratuitamente presenteia um orador com suas palminhas... Poupem-me).
É isso, aí pessoal: chegou num extremo que hoje só algo induzido por dinheiro nos faz chorar. Quer ver?

-Uma pessoa morreu. Tinha apenas dezessete anos e...
-Foi?Passa o sal.
-Mãe, fulano foi eliminado do Programa!
-Não!!!!!!!!!!Meu Pai, coitado (seguem-se as lágrimas). Logo ele?Que injustiça.

Um belo filme emociona a poucos que cultivam seu jardim de emoções. Um reality show induz a uma realidade que tomamos como nossa criando uma emoção artificial. Compram-se emoções. Ver pobres se “esgoelando” na TV para alcançar seus sonhos é emocionante. Ver massacres nas guerrilhas não revolta ninguém. A emoção teleguiada é ainda melhor do que a real: essa tem prazo de validade e um dia você pode até descobrir que ela nem existiu A fraternidade que pensamos existir e vemos num programa é exemplo mais clássico. Quem é que possui isso?Hoje em dia entendo a enxurrada de livros de auto-ajuda: capinhas coloridas, psicologia barata. Estamos regredindo.Que pena.

sábado, janeiro 28, 2006

Célula phone



Somos hoje como os bichinhos utilizados em pesquisas: estamos todos com um transmissor.Quando esqueci meu carregador em casa, não pensei que a vida seria tão calma sem celular. Celular...Andei pensando na palavra e olhando meu aparelho completamente inútil, descarregado: tornou-se parte de nossas células, uma extensão eletrônica de nossas vidas e pensamentos, uma representaçã do "eu financeiro", do " eu célula da sociedade"...Baboseiras boilógicas, talvez.Se Freud estivesse vivo ele iria querer estudar as pessoas que apresentam certas alguns "desvios" causados pelo inofensivo cell phone.Quer ver só?Eu mesma fui cobaia dessa experiência e experimentei uma semana forçada com o cell em off:
* Ao não ter o " bichinho( é verdade, tem gente que prefere ele do que um animal...) tocando ou vibrando, você não é interrompido em momentos que você não está a fim ou não pode atender( quer coisa mais perturbadora de que quando você está dirigindo ou tentando pegar um ônibus e o telefone não pára de tocar?). E também, não vem aquele sentimento de culpa de não ter correspondido ao apelo de seu namorado, de seu chefe, da sua mãe...
*Certamente, existe um "estado de falta algo para eu sair' que você adquriu devido ao uso contínuo do aparelho: a síndrome do pânico celulóide (hahaha), é uma irradiação emanada pelo chip ( já descoberta em pesquisas feita pela Nasa e pelo pessoal do Jackass) que invadem as células cerebrais e as comandam fazendo você perfazer todo um caminho só porque o esqueceu em casa...Lembre-se o pânico súbito não é seu, é uma indução.Meu celular parecia descansar em paz e eu também.
*Quantos loucos eu conheço que se relacionam melhor com seu celular do que consigo próprios?Eles ficam mandando mensagens para a operadora naqueles troços de "serviços oferecidos", achando que vão paquerar, jogar, receber uma dica cósmica...Caraca, era só sair de casa e conversar com pessoas de carne e osso.
*E os maníacos extremos, contabilizam números de quantas ligações, quantas mensagens receberam senão entram em crise existencial...Receber uma mensagem do seu amor, do amigo, do irmão é ótimo, quem não gosta?Mas viver brincando de " galera votem em mim" virou absurdo, tem pessoas que nme percebem" pôxa, ninguém ligou para mim... ", quando foi a última vez que essa pessoinha ligou?Se manca, pow.Sabe qual é o remédio?Comece a deixar seu celular desligado, fale mais com as pessoas pessolamente, é tão bom...
*A mania de olhar a hora no celular é só para disfarçar um outro desvio.Às vezes, quando conversar com uma pessoa fica tão sem graça, a pessoa olha a hora lá, não porque vai dizer que já está indo...è porque muitas vezes, tem um joguinho, um aplicativo interessante, você olha as fotos que está tirando do pé da pessoa, está gravando a conversa, etc...A namorada enche seu saco e você nã sabe dar logo um fora, ser direto, então a deixa falar horas sobre os problemas da Tia Alice e quanto lhe custaram as unhas pintadas e " Mô, você está prestando atenção?"...Daí começa o barraco.Segundo as pesquisas(fuck them all!), digo minhas constatações, as relações estão se desgastando por causa do novíssimo modelo que comporta jogos como os do tempo de atanho, digo, de Atari.Se você não carrega ele, resolve sua vida mais rápido, não impede a menina de ser feliz e nem perde tempo com uma descerebrada( afinal, o celular tava mais interessante, não?)
Mais ou menos um perfil do que se quer ou até mesmo do que não se gostaria de ser.Porque bato mais uma vez na tecla que hoje ter é ser( valores dos outros, meus não).E ninguém vai querer ser(ter) um celular outsider, fora da moda, assim tão sem funções, como se representasse um alter ego, ou seja lá o que for." Olha o meu, não é lindo?Ele já tá até andando(vibrando), eu comprei até essas roupinhas novas ( capinhas) para ele, não é fofo?"Isto é um filho ou um aparelho?Beats me...Uma extensão eletrônica de nossas células?Os chips nos dominarão?já estamos todos chapados, digo, chipados?Sei não.Eu consegui ficar uma semana sem.Alguém bate esse recorde?Mesmo assim fui encontrada pelo comunicador pessola da namorada de meu amigo. Não tem como escapar do rastreamento.Coisas da Tribatrix.
Música boa?
The FLaming Lips- It´s summertime.
Prato que inventei:
Ovos com creme de leite e óregano(hummmmmm).
Gazparreto diz, Gazparetto manda:
"Ninguém atinge você se não tiverem você mesmo uma porta para atingir.Ninguém sente uma coisa bonita se dentro dela não existir isso".

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Eu, eu mesma e minhas cópias

Depois do massacre da CESPE elétrica( domingo, prova de procurador federal), reencontrei várias figurinhas que já estão com presença marcada nos concursos, colegas de cursos, ex-colegas de faculdade.Dentre eles, meu querido irmão Jorginho, famoso cabelo, me deu carona até o Imbuí, local onde estavam meus anfitriões numa maravilhosa mariscada! Depois, fomos ver um noivado: família, noiva feliz, noivo tímido, pastor, orações, docinhos...Acho que já vi aquela cena em algum lugar.A parte mais bonita foi aquela em que Kaká( namorada do Doug) leu aquele trecho da Bíblia que fala " ainda que eu falasse a língua dos anjos, sem amor nada seria" e pediu o que cada vez mais eles procurassem o entendimento, porque realmente, ao nos assumirmos como casal, o entendimento é algo que se perde...
Estes dias, fugi de casa, não estou em "meu lugar"...Passo os dias sozinha( só Linda, a gatinha siamesa me faz companhia), mas de noite o casal de amigos chega e assistimos desde Smallville até Project Runaway( ai, que droga que o Austin perdeu, ele é a cara do Rodrigo Santoro, haha).Não sei quando volto para casa, mas enquanto isso vou vivendo comigo mesma.Acho que é uma espécie de laboratório para alguém que pensa morar sozinha.è meio chato, mas passar um dia só com você, principalmente longe de casa, é ótimo para colocar algumas coisas em ordem, conviver com a realidade de nossa solidão, por vezes tão temida, tão combatida nos dias atuais, mas que é um quê de maturidade e serenidade: enfrentar você o dia inteiro, conversar com o espelho é uma terapia que ninguém faz, mas alivia porque sabemos o que nos afasta do eu ideal e do eu real.Tá muito filsófico?Acho que eu no claustro estou meio monja( opa, pera, não estou morta não..), mas não significa que não estou me divertindo...Digamos que é um retiro " para minha sanidade mental".
Up
1.Smallville( tá demais a temporada), Cavaleiros do Zodíaco no reino de Poseidon(poxa, pessoal, não peguem no meu pé, eu não assisti essa parte quando era criança).
2.O cara do My Chemical Romance é a cara do Billy Corghan...Parece irmão!E a música " I´m not ok" é a minha cara.
3.Nossa aquela banda que parece com o Mamas and the Papas é muito boa!O nome: Magic numbers, o clipe é muito fofo.
4.Eu pilotando o fogão...You live, You learn.
5.Ter recebido elogios por este humilde blog.Hehe...
Down
1.Eu não vou para o show do U2...Passei a semana assistindo Hattle and Hum só para me enganar.
2.Minha mãe foi assaltada em Petrolina...Que tempos são estes!
3.Ainda não fui para a praia, que droga!

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Maresia, preciso disso!Hoje com tanta sede de viver, estou até calma. Começa o verão, não fui nem ver o mar...Entre papéis e estudos, metas para este ano, resolvi relaxar estes dias porque realmente, não sou uma máquina.Assisto uma comédia romântica ali( faz parte do cotidiano feminino suspirar), dou risada com um dos meus seriados preferidos Macolm in the middle( agora eu tenho FOX, yeah!) e nem ligo que seja bobinho, às vezes a vida é assim: leve como um sitcom feito para adolescentes e crianças.
Bem, todos sabem eu estou frustrada porque não vou para o show do U2: só a confusão que está sendo para comprar um ingresso já me desanimou...Acho que só vou ver minha banda preferida lá fora, quando um dia, eu viajar e eles estiverem fazendo show...
É uma pena que num país como Brasil você não tenha chance de ver seu grupo favorito e que, principalmente, a gente de regiões mais afastadas talvez nunca veja um show de Megastars ou bandas legais como Rolling Stones, Oasis, Pearl Jam...Ir para um evento destes é o mesmo que ganhar um prêmio da megasena: sorte de alguma promoção porque se depender de investidores teremos sempre que migrar para o sudeste...Enquanto lá fora, ir para o show do Franz, the Killers, Oasis, James Blunt, System é programa comum.Um amigo meu que mora na Europa vai todo fim de semana para " um showzinho desses"; o último?Coldplay!Eu não aguento!
UP
1. Alanis, minha madrinha, vai lançar um livro de memórias!
2.Estou no ano 1: ano do iniciar projetos no campo material( money, money, money!).
3.O vento, música dos Los Hermanos...Parece um dia na praia quado você encontra um velho amor e fala besteira; demais...
4.Festival de verão, quem vai?
5.Alto-astral, cabelo grande, um saia rodada, sentir-se linda.
Down
1. Essas versões que fizeram para a música do Damien Rice, aquela tema de closer...Tudo trash.
2.Saber que tudo vai ter versão forró, pagode e axé.
3. Aguentar meu vizinho que clama por sua noiva ouvindo Bruno e Marrone ( eca), pois a mesma está lhe chifrando com um cabelereiro em Maceió.
4.Não vou para o show do U2, que droga!
5.Ainda não peguei uma praia.

domingo, janeiro 15, 2006

Concurso freak show ou da revolta dos Nerds

Recife veio abaixo quando um véinho bem magrinho e vestido num de cores angelicais, solicitando respeito por sua idade e sabedoria , disse:
-Meus caros, o conhecimento entra pela bunda!
Algumas pessoas riram desconcertadas, os jovens vibravam e os mais conservadores diziam:
-Devasso, só podia ser baiano...
Este infeliz comentário fora feito por um colega à minha frente, talvez ele não gostasse de sua região glútea, que, aliás, invadia as poltronas fronteiriças ou então era mais um conservador hipócrita ou na pior das hipóteses, tinha problemas em admitir que uma lenda como JJ. Calmon de Passos fosse bem humorado do alto de seus tantos e tantos anos de Lide.
-Não somos devassos, colega. Temos uma perspectiva diferente de ter que lidar com quilos de leitura enfadonha, já visitou a Bahia alguma vez?
Ele sorriu amareladamente, tentou explicar que era a fama, um estereótipo, no fim admitiu ter sido besteira o que disse. Nos outros dias fingia não me ver...
Bem, não existe essa coisa de rivalidade de estados, não acredito nestas besteiras e tenho provas materiais disto!Tudo isso de cariocas x paulistas, pernambucanos x baianos, tudo idiotice...
O assunto não é bem este. Introduzi com esta cena porque lembro sempre desta frase quando estou estudando para concursos, e tenho medo de ficar com o derrierre tão oriental quanto o de uma japa.
Estudar para concursos é uma tarefa árdua, parece uma eterna punição, mas se você tem que chegar lá, tem mesmo que escalar uma montanha: uns levam muitas amarras, outros tem medo da queda, alguns são arrojados e sabem fazer traçados de atalhos.
Mas, este mundo de concurseiro é o mundo mais freak que você possa conceber, senão vejamos.



As tentações

Para começar você tem que passar por várias tentações: um famoso curso daqui de Salvador tem uma de suas sedes num caminho muito perigoso e de difícil acesso; para começar você que é pobre como eu e precisa pegar o bus, vê aquela imensidão de mar e tem vontade ficar lá; segundo no caminho do curso tem um motel, um dos melhores daqui e imagine o cara tendo que ir levar a namorada e vice-versa e passando lá pela frente?Acho que muitos já desistiram de prosseguir... Continuando tem um “birosca” que não pode ser chamada de bar, mas tem uma cachaça, tem breja gelada e, você sabe que a galera daqui não é nada abstêmia...Para completar o estacionamento do curso é um verdadeiro bilhete premiado, não tem vagas suficientes; por fim, como não resistir a um lugar que há silêncio, cabines individuais de leitura?A maioria dorme em cima dos grossos volumes.E ainda é proibido entrar com lanche e café, com se agüentar em pé( digo sentado) durante horas e horas?
E haja bunda e cara amassada...

As dez pessoas que você encontra na sala de prova

Existem nos concursos, como na sociedade em geral, personagens tão comuns aos concursos que quando um deles falta você acha que algo está errado com a prova e ela certamente será anulada.

A patricinha
Não tenho nada contra. Geralmente são aquelas meninas com roupinhas de marca bem produzidas até no dia de uma prova, onde quase não há intenções de fazer-se notar. Elas carregam seus estojos de pompom, cor-de rosa na maioria das vezes, e são tão bonitinhas que sejam a ser irritantes.
Cuidado, se ela tiver um nome muito grande ou famoso você poderá vê-la na lista de aprovados. Entretanto, elas não preocupam tanto, afinal Papai-pode-tudo poderá dar-lhe um escritório, nomear-lhe para um cargo numa empresa na qual ele sócio majoritário. Só tenha medo das que destroem as unhas durante a prova: estas estão assim porque querem mostrar seu potencial e não vão desapontar!

O turista acidental

Ele é aquele cara que só se inscreveu só para... Por que foi que ele se inscreveu mesmo?Ah, lembrei: foi para testar, testar... O que mesmo?

O veterano

Esse é o que você deve calar quando ele estiver por perto.Concursos são batalhas, para eles são guerras pessoas e você pode ser um alvo, um inimigo... Quando ele falar ouça tudo, não comente nada. Um veterano pode ser um sacana sabotador ou um cara que vai te dar um macete para a vida inteira. Ele conta até como heroicamente sobrevive de seu salário de professor de contabilidade, de direito, de línguas só para sustentar seu vício e sua batalha: a dos concursos.Alguns já ostentam estrelas e esperam nomeações, estes só querem aumentar a fila de sua espera, pois só título lhes interessa. Outros, tão teimosos que querem passar mesmo sem ter estudado tudo, pois já vieram preparados do outro (esse pode ser um grande contador de estórias) e você pode insistir com ele que a lei sofreu alterações, não há como discutir com ele. Por isso, digo, escute. Tudo que você disser poderá ser usado contra você, afinal ele já fez dez vezes o mesmo concurso.

O “arrota conhecimento’”.

Um verdadeiro Napoleão, de tão biruta que ele ficou de estudar, sua arrogância espanta qualquer multidão. Ele espera atacar quando um grupo de calouros discute assuntos, questões... Lançando seu olhar mais irônico, arqueando a sobrancelha ele geralmente diz: não é bem assim, segundo a lei n....Daí começa a palestra; outros são menos agressivos e dão uma risadinha cínica e até se intrometem com se fossem prestativos, mas querem mesmo é intimidar o concorrente...Na verdade, eles falam e não mostram serviço.O último que encontrei assim, perdeu o concurso e não foi o primeiro com o qual já me defrontei.Cuidado com estes que andam com a gola fechada até em cima e usam óculos de padre.Na verdade, eles são inseguros, daí a necessidade de arrotar o conhecimento para impor seu complexo de inferioridade.

O doidinho

Todo concurso tem aquele cara que é conhecido como doidinho. Explico: ele chega atrasado, atrapalha os fiscais, pede para ir ao banheiro quando não tem ninguém para ir, fica agoniado, faz barulhos com o lápis batendo na carteira, barulho com o que ele come. As patricinhas o odeiam, geralmente, as mais esnobes pedem para o fiscal dar uma advertência e o coitado ainda perde tempo pedindo desculpas pessoalmente para elas.Para mim, é um dos mais meigos, pode ser um cara esquisito como o Mr. Bean ou até um carinha de cabelo grande e look desleixado (mais uma razão para elas não gostarem, mesmo ele sendo uma graça...).
Cuidado: o doidinho parece ser tresloucado e inofensivo. Geralmente são tão inteligentes que estudam pouco e assimilam demais.

O neurótico

Geralmente, é uma pessoa que estudou tanto, mas mesmo assim por razões psicológicas sofrem de ACE: dá branco. Então, como o conhecimento está encerado em seus livros, eles não os abrem, mas o carregam até o último momento da prova para ler o quê, eu não sei.O livro é só um familiar para poder dizer-lhe: calma, amiguinho, super Zanella está aqui!
O neurótico acha que algo vai dar errado, geralmente, estuda todos os seus concorrentes, seus olhos esbugalham-se perante um candidato que lhe pergunta se ele tem um lápis, uma caneta a mais... Ele carrega amuletos e, a tendência é de que seja uma mulher, afinal, nós passamos por constantes guerras hormonais e isso contribui para estados lunáticos e neuroses passageiras...
Pode ser aquela mulher de trinta que toma café compulsivamente e tagarela sem parar, usando casaco em tons berrantes. Ela estava louca quando escolheu a roupa.

O Felipe Dylan
Existe sempre um cara “novinho”, cruzamento de surfista com socialite,saudável, alto-astral, que usa bermudas com motivos florais havaianos, camisas coladas, colar feito pelos hippies de Arembepe e que chega só com a carteira, não traz nem material para fazer a prova (ele é folgado, sabe que se nenhuma menina emprestar, o fiscal arranja), sempre encontra alguma patty amiguinha (química perfeita) e diz a famosa: cara, eu tava na Ilha, esqueci até o local da prova!Se não encontra ninguém da tribo, sai catando, afinal, ele com seu clareamento a laser, não desperdiça sorrisos... Quando não acha a gatinha, conversa com a nerd, a neurótica( esta não lhe dá atenção, porque está preocupada com a hora, sorri pois já passou da época de ter guri no seu pé), a fiscal, qualquer ser feminino, pois ele não perde oportunidade.Suas intenções vão além do concurso...
Se você pensa que ele é um só um rostinho bonito como o Clark de Smallville, engana-se. Essa de “não estudei nada”, é tática para desarmar.. Ele fez grupo de estudo com os colegas e depois, no fim da prova eles se encontram com apertos de mão e cumprimentos guturais, vão comemorar desde já, tomando umas.
O caso de cima é exceção o mais ordinário é o que preguiçou mesmo, não estudou nada. Estes são a maioria, só se formaram para manter o nome da família.

O nerd de camisa xadrez

Tipo mais que clássico, se este faltar, o mundo acabou. Mesmo que ele não vá de óculos, camisa xadrez, cinto quase na metade do tórax, ele vai aparecer com peças que raramente combinam, afinal, ele na tem tempo para olhar vitrines, nem interesse na imagem, sua vaidade são seus artigos publicados em Revistas dos Tribunais e afins. Realmente tímido e reservado, o nerd é humilde( raros são os casos daqueles que se exibem e olham com desprezo seus concorrentes), ele gostaria de fazer amiguinhos, mas todos os temem, geralmente o turista acidental conversa com ele porque nem ele sabe porque está lá, e pede orientação ao mega cérebro.Os Lipes adoram caçoar deles, mas os respeitam, pedem dicas, lhes dão parabéns... “Pow, cara como é que você não vai para a praia? Tú não bebe nada, sério?”. Eles candidamente respondem que não.Existe, também o Cdf disfarçado: ele tomou umas aulas de não ser tão desajeitado, ter manias estranhas e não falar sobre sua rotina de amor eterno com os livros.Mentir que sai mais de vez em quando e que paquera à bessa, que perdeu tal festa, enfim, são os que renegaram sua tribo e querem ser normais...
Na verdade, o cara é o verdadeiro ninja, se ele estiver na sala, você pede e-mail e nome que com certeza ele vai passar, e pode ser um ótimo contato para trocar apostilas, material. Se ele é restrito ao mundo dos relacionamentos, no mundo das questões ele é o verdadeiro Mestre. Entretanto, isso acho que é realmente genético.Ficar horas devorando livros e leis como se fossem se fosse o programa de suas vidas não é para qualquer um.
Dica: se você não sabe se é nerd e isso te persegue, faça o teste: se você conseguir ficar muito tempo sem ler nada da sua área, e não se sentir com um vazio na alma você não é nerd. Se você sonha em comprar uma coleção de livros ao invés de viajar para aquele lugar paradisíaco, seja bem vindo ao clube (não sou Cdf!).

Mano quietinho

Ele fica quieto. Não fala, deixa você falar. Ele só dá risada da palhaçada do concurso e continua fazendo sua prova, ou bem antes, não fala com ninguém, mas colhe tudo de todo mundo, fica circunvizinhando, finge que não presta atenção, é um bom observador, calcula a concorrência, fica na dele...Mas ele é o sujeito mais normal.Aliás, é essa a única palavra que você ouve dele
- E aí, ta preparado-pergunta o arrota conhecimento.
-Normal.
Você não sabe mais nada deste candidato. Mistério...

Mr. Brigthside ou senhor lado positivo

Esse é aquele que pensa se passar passei, se não tento de novo... tenta ver o lado positivos das coisas, uma pessoa zen, que mesmo dentro dessa loucura, faz um alongamento dentro da sala antes de fazer a prova, deseja boa sorte a todos.Cumprimenta o colega do lado, só falta dizer “ paz do Senhor, irmão”, geralmente, é tachado de pateta ou irrita os outros porque ele consegue ser amável numa hora que todos se estranham...
Mr. Brigthside teve uma trajetória nada amistosa: durante meses, anos até, ele passou pelo treinamento Pai Mei (é aquele Mestre do Kill Bill) e sofreu porque teve que ralar o joelho na escada do concurso, levou muito tombo, esqueceu a empáfia dos outros candidatos e aprendeu que tem que ser humilde, não subserviente, pensar no quanto ele vai aprender, porque seus erros são sua fortaleza e assim ele constrói o degrau que o leva até o nirvana de um concurseiro: ser nomeado para o cargo de seu sonho.
Aquelas pessoas com um visual básico, sabem as manhas, não são tão veteranos, porque não sustentam tantos títulos, mas tem lá seu grau de experiência. Ele divide seu chocolate com os amigos e faz vários amigos e inimigos também (afinal, quem é que suporta alguém sorrindo prestes a fazer uma prova?).

Mas, dentre estas figurinhas tétricas, eis que surge a mais estranha criatura: um homem loiro, quase etéreo, com estranhos poderes no mundo dos concursos; todos que ele fez passou em primeiro lugar, é cristão, religioso, maratonista, escreve muitos livros e hipnotiza um auditório lotado num centro de convenções.Uma máquina ou um ET?Realmente, é desses ETs que tenho medo, eles podem mesmo dominar a Terra...E o pior é que ele é Juiz Federal!

quarta-feira, janeiro 04, 2006

A cueca "véia" é um paradigama defendido pelos homens .Chegou a vez de falar da nossa parte feminina tão incompreendida: porém, enganam-se aqueles que defenderei " a calcinha marrom pendurada no chuveiro", vou ser mais trash: vou abordar um verdadeiro tabu para a mulher moderna e para seus parceiros, senhoras e senhores eu falo do famoso "calçolão de algodão amassa barriga ou segura pelanca".
Como sou mais discreta e não costumo pendurar calcinhas em box de banheiros, nem no meu, nem do de ninguém, então , não seria tão sincera em minha tese.
Certo dia fui à casa de minha avó, sem lenço, sem documento e como ficou tarde para vlotar, ela disse "dorme aqui, eu tenho roupa para te emprestar e calcinha nova, nem tirei a etiqueta!"
Tranqulizei-me, porque tomar banho e vestir a mesma roupa, principalmente a íntima é algo horrendo para nós mulheres.Ao deparar-me com a colossal calçola de algodão fiquei até com o sorriso amarelo(será que dava para fazer um body com aquilo?), um calçolão cor-de-rosa que não devia quase nada a um short jeans .
Ao vesti-la senti um desconforto visual : meu bumbum ficou " ensacado", não conseguia ver meu umbigo, minha cintura estava quase tocando a peça.Porém, o desconforto é só estético(principalmente da parte masculina porque ver a namorada com isso é tão broxante; eles associam à figura materna, à vovó...
Meus caros, óbvio que uma mulher não vai sair por aí com essas calcinhas " segura pelanca" para encontro ( só a louca da Miss Jones faria uma dessas...).Porém, nós mulheres temos que convir que a danada é um conforto só.Quando uma linda calcinha de lycra é comprada lá vem um pensamento: será que ela vai servir?Comprar uma calcinha é mais difícil do que escolher um vestido ou qualquer outra peça, porque vamos nos arrepender diariamente se ela não couber-calcinha experimentada é como um direito personalíssimo que não pode ser transferido para outrem, mas também não beneficia você em nada, como um nome esdrúxulo que seu pai ou sua mãe te deram, você o vê todo dia, mas tem vergonha de usar...E ela depois não pode ser dada, é a maior frustração olhar um bela calcinha engavetada.
Porém, existem mulheres teimosas.Essas insistem em usar e ficam com a SETAO-síndrome do "ei tem alguém olhando"-com a eterna agonia de sentirem-se observadas, até que perguntam para a colega mais próxima se sua roupa de baixo chama muito a atenção.Isso quando não ficam no "estica e puxa" e vão várias vezes ao banheiro com a máxima " ai, que ódio quando comprei esta maldita calcinha"...
Como o defensor da cueca véia falou, o calçolão é ainda mais eficaz: não existe Estado de acomodação Ausente... Ao vestir, a sensação de estar vestindo algo é quase imperceptível!É instantânea!
Dois efeitos decorrem do empirismo calçolístico: o da Ilusão Glútea e o Efeito "dobra-dobra".O primeiro é que muitas vão se sentir "batidas" e a repulsa diante do espelho( a depender da female) pode levá-las ao um estado neurótico de que silicone não é tão mal.O segundo é para aquelas que ficam tão acostumadas com esta peça que compram aos montes, e se você for abrir o closet delas tem de todas as marcas, cores, estampas; porém o efeito dobra-dobra é justamente quando o uso cotidiano as leva à crença de que apenas essa peça segura tudo.Quando vestem roupas, geralmente o calçolão deixa sua marca, ele tem que ser dobrado na cintura.E num estágio mais avançado, a mulher, começa a comprar o famoso " bege" ou cor da pele para que ele não seja notado, realmente é difícil desfazer-se deste vício.
Existem certos homens que apreciam: segundo o depoimento de alguns, a mulher do calçolão não deixa de ser interessante. Ela não é explicitamente sexy, mas deixa um certo ar de candura ou até mesmo impõe um estilo daqueles que " não ligo para o que os homens gostam" e isso, segundo uma pesquisa de revista masculina, até atrai certos marmanjos( gosto não se discute mesmo).
Ademais, temos que confessar as horas tortuosas que passamos com tangas, fio dental e minúsculas calcinhas que tanto apetecem a libido masculina: não são nada confortáveis.Entretanto, existem mulheres que conseguem driblar certas "entrâncias abundantes"(hehe) e não lançam mão de suas calcinhas divertidas, coloridas e sobretudo ousadas.
O homem é aquilo que come...E a mulher é aquilo que veste.Repare só a calcinha da sua namorada e saberás tudo.
Coitada ela é sozinha
Só?!
É, só "umazinha"!
Só "Zinha"?
Mais "umazinha"!
Só zinha , só...
Uma Zinha
muito só.
Só mais uma...
Mais outra...
Só.
Noites insones nos trazem produções e reflexões mais rudes, encare com bom humor.

terça-feira, janeiro 03, 2006

A civilização é uma puta ilusão...Essa não foi a frase, mas foi mais ou menos o que o vocalista do System of Down disse ao receber o prêmio de melhor banda alternativa.Hoje de manhã aconteceu um incidente que me deixou preocupada até mais ou menos às onze da manhã: uma menina que morou perto de mim, que várias vezes andou comigo e com minha amiga Nara no passado, simplesmente desapareceu.A família dela entrou em pânico, todos nós ficamos apreensivos, esperando o pior.Tentei acalmar a irmã dela por telefone, minha mãe foi pessoalmente dar um apoio.Vim até o escritório, quando no caminho fui abordada por um conhecido que me deu notícias de que ela tinha sido achada e, provavelmente fora estuprada.
Ela estava em choque e imagino como a vida desta jovem vai ser: ela tem um noivo que ficou desesperado, talvez crie algum tipo de problema quanto aos seus relacionamentos, e prá piorar a humilhação e o preconceito que vai sofrer dentro da sociedade quando sempre for apontada como aquela que foi estuprada...
Sinceramente, quando estudei Direito eu fui com a paixão e pureza imberbe de que faria uma diferença, de que pudesse procurar sempre o estabelecimento do justo...Não acho justo uma família ficar vinte e quatro horas sem notícias, sem apoio da polícia, sem efetivação de buscas ou procura de suspeitos.Quando uma pessoa me provoca dizendo que a Justiça é ineficaz e sempre olha para mim, fico simplesmente irada e além de fazer as devidas observações sobre o nosso sistema penal, cutuco as feridas da segurança, da falta de vergonha do legislativo que nos empurram leis feitas sob econmenda, leis estas que são ineficazes porque partem de pessoas ineficazes!E que o Judiciário "rebola" para fazer aquilo que está a seu alcance...Não lido com Direito Penal, mas é uma paixão recolhida, apenas trabalharia com ele para atuar na promotoria, para colocar na cadeia sujeitos como esse que destroem a vida de uma pessoa, que merecem ser banidos do convívio social.Nunca senti tanta ira, tanta revolta, quanto hoje e, muitas vezes me pergunto porque realmente não assumo para mim mesma que não consigo conviver com tanta injustiça e que quero ser Promotora...Porém, não é tão fáci assim, e não é um cargo qualquer: é a responsabilidade de estar sempre pari passu com a sociedade e colcar esses vermes no lugar deles.Perdoem-me a indignação. A punição para uma criatura destas ainda é pouco.