segunda-feira, junho 22, 2009

Discurso do casamento de Karlla e John, homenagem aos meus afilhados!



A vida é mesmo assim: às vezes nos apresenta situações esperadas, outras vezes nos faz surpresas que nos fazem dizer “ quem diria ou poderia imaginar?”.
Quando conheci John assim numa época meio difícil da minha vida foi a curiosidade que nos aproximou: ele era admirador da cultura brasileira e eu não sabia quase nada do Chile.
Lembro que trocamos um e-mail que se chamava “usted desea magia brasileña” e depois disso nos tornamos amigos no orkut, falávamos via msn, enfim comecei a acompanhar sua vida.
As coisas que mais admiro nesse meu amigo chileno é a sua sinceridade, sua maturidade e é claro sua vivacidade. Admito que é difícil falar de pessoas especiais, principalmente em momentos especiais. Então vou encurtar a estória, falando do meu sentimento, do que eu sinto por ele, pois assim eu posso dar uma noção a vocês.
Eu tenho um irmão caçula que se chama Luciano: esse irmão é praticamente meu filho, pois durante algum tempo eu criei, alimentei e até hoje ele me chama de segunda mãe. Só que meu filho teve que partir, ganhar o mundo, precisava trabalhar fora e deixa em mim uma tremenda saudade. Com ele eu podia falar as coisas mais ridículas, mais inocentes, penso que nós sempre tenhamos tido essa cumplicidade ímpar que é difícil encontrar no ser humano: a certeza de que você pode ser você mesmo, sem maquiagem, sem máscaras, sem gentil ou generoso, sem ter que dizer que as coisas vão bem, quando no fundo você deseja desabafar que está tudo destruído dentro de você.
Com meu irmão sempre me abri, sempre disse coisas que não pude compartilhar com meus pais e outro irmão, talvez por medo de ser censurada ou por medo de fazê-los sofrer.
Desde que vim morar em Salvador e ele foi morar em São Paulo, nós deixamos de ter essas conversas depois da comidinha gostosa de mamãe, deixamos de desabafar, muitas vezes embalados por memórias doces, ingênuas, ridículas, preciosas.
Estou falando do amor fraterno: John nasceu no mesmo dia que meu irmão caçula, e mesmo sem saber disso, sempre juntei seus gestos para compor meu painel de personalidade e sempre soube que com aquele chileno bem-humorado, eu poderia ter mais do que uma simples amizade, eu poderia ter um irmão.
Ele é filho único e talvez seja uma raridade nessa categoria que sempre apresenta pessoas individualistas, excêntricas e mimadas. Pelo contrário, apesar de sua agressividade escorpiana, ele é doce, doce como o seu veneno, por vezes manso e sábio, como também encantador: uma homem preparado para construir sua estória, com sua coragem, sua vivacidade e energia contagiante.
E o que dizer de Karlla?
Quando conheci essa baixinha, eu tive a impressão errada, pensei ser uma pessoa metida, daquelas que não se faz questão de ter amizade, mas percebo que aquela primeira imagem era apenas um reflexo de sua independência, que eu interpretei errado e depois quebrei a cara.
Quando Ana sugeriu que ela fosse conosco prá Argentina, fiquei meio receosa de que ela não acrescentasse ou até que ela se isolasse de nós, porém ao viajarmos juntas percebi que ela não era uma menina metidinha, nem uma fútil garota festeira, ela demonstrou ser uma mulher madura, uma pessoa doce e atenciosa, nossa guia e especialista das ruas de Buenos Aires, naturalmente fomos construindo companheirismo, carinho trocando confidências.
Apesar de nos conhecermos em tão pouco tempo, ela abriu seu coração várias vezes e com sua sinceridade, nos mostrou que a verdade conquista e nos faz amar rapidamente.
Certa vez disse a Karlla que eu sempre a via com um coroa, um homem mais velho e maduro ao seu lado e que esse homem ela encontraria no Rio...O interessante é que na época que eu disse prá que ela viajasse para o Rio, John estava lá...
Desde de antes, eu já tinha planejado isso, mas não pensava que fosse tão rápido. Porém, para os caminhos do amor, não existe mapa, nem tempo, nem medida, nem quantidade...
Quando soube que John viria para a Bahia, comecei a pensar quem eu poderia apresentar, quem seria sua pretendente...
Sabia que ele era uma pessoa cheia de energia e decidido: precisava de uma pessoa tão pé no chão , tão firme e vibrante quanto ele. Mas quem?No universo de minhas amigas não demorei muito a encontrar, pois logo eu pensei em Karlla, nessa baixinha , nessa mulher pequena, mas de coração grande e bom.
É certo que no dia do encontro, eu não pude estar lá, mas mandei minha representante Ana, mas não foi preciso nenhuma apresentação formal, como eu já suspeitava eles se dariam muito bem.Eles se entenderam, se desentenderam, indo e vindo...
O engraçado é que meu namorado Fio, sempre me disse que eles voltariam e não acreditei muito nisso, e depois quando lhe disse que John havia sumido ele me tranqüilizou:
- Ele está com Karlla, relaxe...
E não era mesmo verdade?
O tempo passou ( alguns meses) nos reencontramos num casamento: eu, Karlla, Jonh e Anna.Eles dois trocavam olhares, elogios, provocações e eu estava contente por eles estarem fazendo as pazes e não estarem frustando minhas expectativas.John nesse dia, emocionado, nos disse que nos amava( a eu e Anna) como irmãs.
Aquela noite marcava uma nova etapa para o casal, uma fase diferente, calma, madura e serena. Longe das turbulências, das pessoas, das festas, os dois trocaram votos de cumplicidade, criaram um cotidiano e construíram seu bem mais precioso e hoje estão construindo o tesouro da vida que Deus abençoa que é a família.
Não sei se foi Shakespeare ou Mario Quintana que disse que devemos cultivar as flores do nosso jardim para que as borboletas venham...E vocês, cultivaram o mais belo jardim e nesse jardim brotarão agora os frutos de uma família que une dois países, duas culturas, dois corações, duas almas.
Eu já havia dito como acredito no casamento num post de 2004, o que eu acho, continuo mantendo viu?

Um comentário:

Jonathan disse...

a gente agradece !!! we loved you! :D