terça-feira, maio 03, 2005

À minha querida Anne

Fico sem escrever porque não tenho um computador em casa, muita gente reclama comigo, mas agora que estou perto da Faculdade eu vou tentar postar, se é que ainda lembro como se faz...Passei por um período de transição muito grande na minha vida, a famosa hora que vc grita "pare o mundo que eu quero descer"...Ter suas verdades contestadas, alguns de seus valores destruídos e pouca auto-estima podem ser determinantes para colocar você numa posição nada agradável perante a vida.Daí, as pessoas por falta de orientação, comodidade, amizade e até mesmo suporte da família acabam cometendo maluquices, como o escapismo em sua dose mais letal: o suicídio. Não se preocupe querido leitor, eu não tentei o suicídio, mas entrei numa de querer me exterminar aos poucos, porém fui advertida por mim mesma, quando encontrei em minha essência amor próprio.Não, a auto-estima não é a prima pobre da hipocrisia, como uma vez eu ouvi dizer. Na verdade, ela é a mãe da esperança, da realização, do amadurecimento, enfim, não é hipocrisia você amar a você mesmo com suas falhas, defeitos e tentar, numa atitude nobre evoluir, fazer com que eles se abrandem.Certa vez, tive uma experiência fantástica de receber um conselho de que deveria ponderar sempre minhas atitudes, não ser exagerada, nem recalcada.Este conselho, que já vai fazer quase dois anos, tem realmente me ajudado a enxergar as coisas de modo diferente.Posso ser muito criticada por ser chamada de idealista, utópica, etc., porém, se todo raio de sol fosse apagado não haveria luz aqui na terra; se todos nós nos curvarmos perante a violência, a mentira, o egoísmo e a mesquinhez ou até mesmo perante a mínima sacanagem que fizerem contra nós, estaremos sendo burros, mal-educados, sendo apenas o reflexo de uma atitude que tiveram em relação à nós e que nos desagradou tanto, que iremos contribuir a ponto de cedermos em nossa mea culpa pelo atraso do ser humano.
Terminei de ler um clássico que sempre tive vontade de ler: O Diário de Anne Frank e depois que você lê o livro, percebe que você é tão pequeno em seu universo egoísta e que a grandiosidade do espírito humano só morre quando você assina em baixo de certas "merdas" que você faz-perdoem-me o termo , mas é porque é preciso dizer assim-e que hoje, apesar de tudo que existe de ruim, as pessoas já sofreram mais, você tem tanto, enquanto outros nada tiveram, nem mesmo a liberdade, nem mesmo o direito de ter seus sonhos...
Minha querida Anne, onde você quer que você esteja, não esquecerei sua força, seus sonhos,seus ideais.Obrigada por me tirar da depressão, por ser minha amiga durante os dias de tormenta.

Nenhum comentário: