sábado, outubro 16, 2004

O remédio para poetas malditos

Sábado normal.Fui ver minha grandma e ela ficou triste porque não fiquei para dormir na casa dela.Minha vó é como a bruxa-mor, aquela que tem a palavra mais sábia e mais ponderada na família.Quando estou perto dela sinto aquela liberdade pueril, me sinto à vontade para ser besta, para ser simples e avaliar que a vida é feita dessa singeleza, dos laços tão sagrados que unem as gerações dentro de uma família.Ela cuida das plantas e sabe porque cada uma delas está doente, conta suas estórias e, alegremente admite que surrupiou uma muda de algumas.Minha "vó" acha que o mundo é perigoso demais para mim( e que sempre serei aquela menina de calcinha bordada e fitas no cabelo que sempre lhe pedia " vó, leva eu para a praia"!!!)....
Daí você, meu caro leitor pergunta: o que ela quer dizer com título?É porque eu acho que todos os poetas malditos, os que passavam horas a fio entalhando suas dores para imortalizá-las em suas obras deveriam ter avó...Assim, não veriam o lado tão obscuro, teriam suas dores amenizadas, porque recordariam suas origens mais puras e mais brandas.Isto serve para qualquer um de nós,cada vez que pensarmos que não somos queridos, nem amados.Fui.

Nenhum comentário: