quinta-feira, agosto 10, 2006

Eu te amo como a curiosidade do medo maior de viver
de fenecer sem frutos e sem raízes.
Te amo como a luz que atinge a escuridão
Resgatando as boas lembranças escondidas no fundo de uma caixa azul
Eu te amo como a mãe loba que perdeu sua cria
Eu te amo como tempo que transforma
Vida, morte, obra
Com o sangue que fervilha em veias de um coração exposto
Eu te amo em sendas abertas pelo mistério infindável da vida
Eu te amo com o inverno negrume
Cinzel da minha alma em açoite
Eu te amo com tudo que não és
E com tudo que não sou
Amo-te somente
Te amo com o perfume das matas
Como os rios que fecundam a terra
Com as estrelas que reluzem em lonas eternas
Eu te amo como os jovens amam a liberdade
Mesmo sem saber o que fazer dela
Eu te amo com a carne e a ira
Estampando o desejo, transmutando a violência
Eu te amo como os campos que abrigam as ovelhinhas, que abrigam a paz
como as velhas senhoras que fazem crochê.
Eu te amo sem saber o porquê
E te amo assim porque não há outra maneira
E sonho contigo.

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