Quando meu futuro marido me pediu em casamento, não pensei que ele disse “ vamos nos casar nesse ano”, confesso que pensei que eu teria um ano para planejar tudo e dividir as despesas em múltiplas parcelas de modo que estas não doessem tanto no bolso...
Ele como sempre me surpreende. Um dia ele me ligou e disse: “ amor, qual seria a Igreja que você queria se casar?” e eu , prontamente, lhe disse qual era! Então, ele disse que já havíamos perdido tempo demais e que junho de 2011 estava muito longe...Pediu-me que pesquisasse uma data em Dezembro e disse “ peça para o dia 30” e eu pela segunda vez, cometi uma gafe “romântica” em não ter desvendado a intenção dele- segunda porque a primeira eu cometi quando não sabia o nome dele depois de tê-lo beijado pela primeira vez, mas depois eu esclareço isso melhor!-que era fazer nosso casamento no dia em que nos conhecemos!
Mas, eu tenho um atenuante: depois de ter recebido a notícia de que nossos planos mudariam, qual noiva não fica em pânico e felicidade ao mesmo tempo em saber que viverá essa emoção no fim do ano?
Deixa, então eu explicar o porquê de minha aflição: a Igreja na qual eu vou me casar é uma das mais disputadas de Salvador: e sempre tem aquelas pessoas que colocam dificuldade em tudo...Quando revelei para alguns mais próximos que queria fazer a cerimônia lá, “algumas” me disseram “ vai ser muito difícil você conseguir uma data lá”...Comecei a sentir falta de ar, como as mocinhas dos filmes dos anos 50 e até o telefone do padre eu consegui para que eu pudesse com meu modesto poder de convencimento, implorar para ele abrir a Igreja nesse dia e celebrar meu casamento. Eu já estava com todo o discurso pronto: eu iria dizer que os convidados viriam da Itália, que só poderiam nessa data, que era importante para mim, o modo como tudo aconteceu como uma benção divina ( e foi realmente) e que eu precisava casar ali! Respirei profundamente, já que o ar me faltava e liguei para o padre, que estava...Aonde? Na Itália...
A senhora que me atendeu, pressentindo uma certa ansiosidade na minha voz ( acho que ela já está acostumada a lidar com essas pessoinhas tão neuróticas ) me perguntou se era só com ele e eu perguntei sobre a pessoa que organizava as datas e claro, era ela mesma.
Expliquei que queria me casar ali e queria ver se a data era disponível. Claro, que ela foi me advertindo, quase que como num discurso pronto de operadora de telemarketing que existiam muitas datas indisponíveis( para falar a verdade, todas as sextas e sábados até 2011 estavam com reservas)
A voz calma e suave de Dona...Nossa, esqueci o nome dela..Perguntou-me objetivamente qual seria essa data... E como alguns minutos viraram quase horas, enquanto ela folheava a agenda minuciosamente para saber se tinha disponibilidade! Ela me disse finalmente que como será uma quinta-feira, eu tenho a sorte de não encontrar ninguém que queira- na verdade, ninguém maluco o suficiente para casar no dia 30 de Dezembro, um dia antes do dia 31 quando a cidade está bombando em fogos de artificio e gente vestida de branco pra todo lado a comemorar o Ano Novo ou ainda, ninguém maluco para casar numa quinta, quando tem gente que ainda trabalha na sexta...Meu irmão, por exemplo, quase me esganou, mas me disse “ você é maluca”, eu merecia ouvir isso...
Maluca, realmente, porém apaixonadamente romântica.
Óbvio que eu desfiz a gafe, pedindo mil desculpas e me declarando para ele, dizendo que me emocionei com a escolha da data, afinal, quando meu romantismo falha, tem o dele que é providencial!
Então, ao comunicar que a data estava disponível, imediatamente o Sr. Smeraldi disse para marcar a data e então, passei uma ou duas noites sem dormir, perguntando a mim mesma se a Igreja era aquela ou não.
Decidida, fui no dia 12 de julho reservar a Igreja. Comecei a ter o que chamamos de tensão pré-casamento: começo a suar nas mãos, tenho borboletas no estômago, suspiro todo o tempo ( às vezes falta-me o ar), peguei um taxi do trabalho até o Comércio e ao avistar a Igreja, meu coração disparou a mais de mil...Entrei, pedi a benção, e fui reservar o grande dia.
Um comentário:
Nossa, que aflição! Não vivi essa emoção, mas também não me arrependo, acho que no fim das contas, quando se ama, toda forma de celebrar essa união está certa! E que lindo que foram aqueles dias. O meu e o seu! rsrsrs
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